
A comentarista Ana Flor, da GloboNews, finalmente verbalizou aquilo que há meses pulsa nas entrelinhas da frustração nacional: o tal “governo do povo”, agora no seu terceiro ato, vê ruir o castelo de narrativas sobre o paraíso econômico que jurava estar construindo. A análise dela sobre os dados do Datafolha é uma espécie de confissão involuntária — ou, vá lá, uma admissão sutil — de que o lulismo está perdendo o pulso da realidade.
Segundo a pesquisa citada por Ana, 55% dos brasileiros acreditam que a economia piorou. Apenas 21% veem melhora. E pasmem: 23% acham que tudo continua igual — como se viver em um constante limbo fosse algum consolo. Estes números são devastadores para um governo que se promove como redentor, especialmente após ter voltado ao poder com promessas messiânicas de “reconstrução do Brasil”, “volta do churrasco”, “picanha com cerveja” e o já irritante bordão da “alegria do povo de novo”.
A pergunta que salta, com sarcasmo inevitável, é: onde está o tal milagre da volta da felicidade? Onde estão os trabalhadores com o contracheque valorizado? Onde estão os comerciantes comemorando as vendas, os empresários confiantes, os jovens sendo empregados, e a inflação sob controle?
Não estão. E não estarão enquanto o governo insistir em administrar com ideologia em vez de competência, com marketing em vez de gestão, e com vingança em vez de política pública.
O dado da pesquisa Datafolha é mais do que um número. É uma sentença. É o povo brasileiro, aquele mesmo que Lula jura amar, dizendo: “não está funcionando”. E o que Ana Flor faz, em sua fala que merece ser guardada como um raro momento de lucidez na bolha progressista, é reconhecer o óbvio: o governo não consegue fazer com que as pessoas sintam no bolso aquilo que tenta pregar no discurso.
Talvez porque não exista.
Talvez porque o que existe mesmo seja um teatro de narrativas para plateias militantes, enquanto o cidadão comum assiste de arquibancada sua vida apertar, seus gastos aumentarem e sua esperança escorrer pelo ralo do desemprego disfarçado, da inflação dos alimentos e do crédito cada vez mais distante.
Vamos falar de realidade, porque é disso que se trata.
O Brasil que vai ao supermercado sabe que o arroz e o feijão continuam caros. O frango, que virou piada de campanha, não baixou. A carne? Esqueça. O brasileiro médio não está jantando proteína — está digerindo propaganda.
A gasolina, que Lula prometeu segurar, voltou a subir. A energia elétrica, que deveria estar sob controle, também está pesando. E o IPCA — sim, aquele índice de inflação que só é citado quando convém — não para de incomodar o poder de compra das famílias.
E o que faz o governo diante disso? Continua entregando cargos aos amigos, editando decretos ideológicos, blindando figuras como Janja, e culpando o governo anterior por cada falha.
Ah, sim… também segue prometendo. É só promessa.
A realidade é que o terceiro mandato de Lula é um híbrido disfuncional entre uma nostalgia de palanque e uma administração encalacrada. O governo não empolga, não entrega e não convence. O Brasil caminha no escuro — e sem perspectiva de luz no fim do túnel, a não ser as luzes dos refletores midiáticos que tentam manter vivo um governo que já não respira fora da bolha.
O curioso é que, nos bastidores de Brasília — onde o perfume do poder ainda mascara a podridão da incompetência —, já se fala abertamente sobre o derretimento da popularidade do governo. Deputados aliados, mesmo os mais fiéis, já ponderam a necessidade de “reposicionar o discurso”, como se o problema fosse apenas a embalagem, e não o conteúdo.
Ora, sejamos francos: não há marqueteiro no mundo que transforme um governo fraco em um governo funcional.
A fala de Ana Flor apenas verbaliza o que já está evidente. O povo não é bobo. Ele sente quando a economia vai mal. Não adianta dizer que os indicadores estão melhorando se a geladeira continua vazia. Não adianta citar investimentos se o microempreendedor está falindo. Não adianta falar em crescimento se o jovem está desempregado ou vendendo bala no sinal.
O lulismo vive de um passado cada vez mais distante e de um presente cada vez mais incômodo. E essa dicotomia já não convence nem mesmo parte da imprensa que sempre o tratou com luvas de pelica.
Os brasileiros esperavam mais. Esperavam competência. Esperavam, ao menos, que o governo admitisse os próprios erros e tomasse decisões firmes. Mas o que vemos é um país gerido com base em birras políticas, favoritismo ideológico e um desprezo calculado pela opinião pública que não bate palma para delírios de grandeza.
Em vez de humildade, o que se vê é arrogância. Em vez de planejamento, improviso. Em vez de foco, distração.
E enquanto isso, as redes de apoio do governo — sindicatos, ONGs e artistas de palanque — seguem fingindo que a população está apenas “mal informada”.
O Brasil real não está mal informado. Está mal governado.
E por mais que colunistas alinhados tentem salvar a imagem de um governo desidratado, a percepção popular é irrefutável: a economia vai mal. E quando a economia vai mal, nenhum discurso resiste.
É questão de tempo até que até os mais crédulos percebam que o novo conto da carochinha do PT é apenas isso — um conto.
“Nunca antes na história deste país”, um governo caiu tanto em tão pouco tempo diante da opinião pública.
E, ironicamente, quem começa a revelar isso não são apenas os opositores. São também vozes da imprensa que, mesmo sob o manto do progressismo, começam a se questionar se vale a pena continuar sustentando um governo que não entrega nada além de narrativas.
O Datafolha apenas confirmou aquilo que está estampado nas filas dos bancos, nas prateleiras dos mercados e no bolso dos trabalhadores.
Não é o conservador que está dizendo. É o povo brasileiro — aquele que acorda cedo, pega ônibus, luta para pagar a conta de luz e não tem tempo para o teatro ideológico da esquerda.
Ana Flor, ao comentar os dados, talvez não tenha percebido, mas entregou a senha: o governo Lula 3 falhou no essencial. Pode ter discursos bonitos, pode ter apoio internacional, pode até ter Janja desfilando como representante não eleita do povo — mas não tem o principal: o apoio real de quem sustenta o país com suor e tributo.
A política se mede por resultados. E os resultados deste governo são evidentes: inflação disfarçada, desemprego disfarçado, narrativa escancarada.
O futuro, como sempre, será decidido por aquilo que o povo sente. E neste momento, o que ele sente é desilusão.
Enquanto isso, a elite progressista segue entoando suas canções de esperança, como se ainda estivessem em campanha. Mas não estão. Estão governando. E falhando.
E o povo? O povo observa. Julga. E, quando for preciso, saberá dar sua resposta — nas urnas, na opinião pública e, quem sabe, até nas ruas.
Porque o Brasil cansou de ser laboratório de projeto ideológico. O Brasil quer governo. Quer gestão. Quer respeito.
E isso, o lulopetismo, parece que desaprendeu a oferecer.
Se você chegou até aqui, caro leitor do Conservadores Online, saiba: a verdade está mais próxima do que jamais esteve. Continue questionando. Continue atento. E acima de tudo: continue livre.
“Pela primeira vez no governo Lula, e a gente está no Lula 3, existe um percentual maior de pessoas que falam que a economia piorou do que quem diz que a economia está indo bem. É algo muito preocupante para o governo. O levantamento traz que 55% dos entrevistados percebem uma… pic.twitter.com/11BrlE4h0E
— GloboNews (@GloboNews) April 8, 2025