
Você precisa saber a verdade — e não aquela versão polida que aparece nos telejornais ou na boca dos comentaristas de estimação da velha mídia. Estou falando da verdade nua e crua, aquela que arde quando encosta, mas que liberta. Sim, estou me referindo ao espetáculo grotesco que você viu recentemente, quando o ministro Gilmar Mendes, do STF, teve a ousadia de celebrar publicamente o “desmanche” da Operação Lava Jato. E não fez isso em qualquer lugar: o palco foi a pomposa Universidade de Harvard, durante a tal Brazil Conference — aquele tipo de evento onde a elite progressista se reúne para dizer o quanto o Brasil é retrógrado e precisa ser “educado” por eles.
Sim, meu caro leitor, você leu certo: Gilmar Mendes não apenas criticou a Lava Jato — ele se orgulhou de ter ajudado a destruí-la, e ainda teve o disparate de comparar seus agentes ao PCC, como se procuradores e juízes que tentaram expurgar o câncer da corrupção fossem comparáveis à mais brutal facção criminosa do país. Quem trouxe à tona esse festival de bizarrices foi o jornalista Vinicius Passarelli, num artigo publicado no portal Metrópoles, que mais pareceu uma crônica do teatro do absurdo.
Você talvez esteja se perguntando: “Como chegamos a esse ponto?” Pois bem, te convido a mergulhar comigo nesse oceano de contradições, omissões convenientes e narrativas cuidadosamente fabricadas para confundir você — o cidadão honesto, pagador de impostos, que acreditou, com razão, que a Lava Jato era um marco de esperança para o Brasil.
A fala de Gilmar Mendes foi clara, direta, e debochada. Ele disse, com todas as letras:
“Fico muito orgulhoso de ter participado desse processo de desmanche da Lava Jato, porque era uma organização criminosa.”
É isso mesmo. Para o ministro da mais alta corte do país, os procuradores que desmontaram esquemas bilionários, que trouxeram de volta aos cofres públicos cifras inéditas, que revelaram a promiscuidade entre empresas, políticos e partidos, são criminosos. E mais: ele acha isso uma conquista. Um feito digno de orgulho.
Você sente a inversão moral, não sente? A Lava Jato foi o maior esforço de combate à corrupção da história do Brasil — quiçá da América Latina. Trouxe para a luz aquilo que muitos de nós já suspeitávamos, mas que finalmente pudemos ver comprovado: um Estado sequestrado por interesses espúrios, uma máquina pública usada como instrumento de enriquecimento ilícito de poucos, enquanto a maioria rala para pagar o aluguel e fazer o mercado do mês.
Mas, claro, como toda iniciativa que ameaça o status quo, a Lava Jato incomodou. E muito. Quando se começou a prender figurões, gente “intocável”, as engrenagens da vingança institucional começaram a girar. E uma das vozes mais estridentes contra a operação sempre foi — adivinhe — Gilmar Mendes. Coincidência? Duvido.
Durante o evento em Harvard, ele deu a entender que tudo isso já estava “previsto” por ele. Disse que “adivinhou” que ia dar errado. Que os métodos eram problemáticos. Que a “Vaza Jato” e a Operação Spoofing provaram que havia abusos. Ora, você já percebeu o truque? A Vaza Jato foi uma operação baseada em vazamentos ilegais de mensagens obtidas por hackers — criminosos, aliás, que a própria Justiça identificou como tal. E mesmo assim, esse material foi tratado como se fosse prova sagrada. Já o conteúdo das delações premiadas, com confissões, planilhas, extratos bancários e colaborações com a Justiça? Esses foram convenientemente “anulados”.
Você vê o jogo sendo manipulado?
E a comparação com o PCC, então? Foi a cereja podre desse bolo amargo. Para Gilmar, a forma como os procuradores conversavam nos bastidores — ao definir estratégias, fazer alinhamentos, estudar a melhor forma de avançar na operação — é comparável a como o PCC fala sobre destruir empresários. Você consegue acreditar nisso? Para ele, os investigadores são equivalentes a traficantes armados, que decidem quem vai viver ou morrer nas periferias dominadas por suas ordens sanguinárias.
É nessa inversão doentia de valores que estamos mergulhados. E o mais revoltante: ninguém da cúpula política parece se incomodar. Nenhum parlamentar se levantou com veemência contra esse deboche. Nenhum órgão de controle ou entidade da sociedade civil exigiu que o ministro se retratasse. Pelo contrário, a fala dele foi recebida com tapinhas nas costas e sorrisos simpáticos dos colegas de Harvard — porque ali todos falam a mesma língua: a do poder absoluto, sem prestação de contas, sem limites, sem vergonha.
Agora, eu pergunto a você, leitor que constrói este país com suor e honestidade: até quando? Até quando vamos permitir que o Brasil continue sendo um palco onde o crime é tratado com condescendência, e a Justiça é ridicularizada? Até quando vamos aceitar que os guardiões da Constituição se sintam à vontade para zombar de quem tentou resgatar a dignidade nacional?
Você, que investe no futuro deste país — seja na economia, no mercado, ou na formação de sua família — precisa entender: o Brasil que prospera exige um Judiciário que respeite o povo. E isso não é pedir demais. É o mínimo. Um ministro que se orgulha de sabotar uma investigação que desvendou esquemas criminosos gigantescos não está defendendo a democracia. Ele está defendendo um sistema de impunidade seletiva, onde os amigos do rei jamais são tocados.
E ainda há quem ache normal…
É por isso que é urgente fortalecer as vozes conservadoras, patrióticas e conscientes. Precisamos — mais do que nunca — recuperar o sentido de Justiça, de responsabilidade, de honra. A Lava Jato não foi perfeita? Claro que não. Nenhuma operação dessa magnitude é. Mas ela foi necessária. Ela revelou verdades que nos foram negadas por décadas. E por isso, ela se tornou o alvo preferido de quem lucra com o caos.
Você, que acompanha o Conservadores Online e que confia na Open Investimentos para entender os rumos da economia e da política brasileira, precisa enxergar o quadro maior. O desmonte da Lava Jato não foi apenas uma revanche institucional. Foi uma estratégia fria, articulada e executada nos bastidores — por aqueles que jamais quiseram ver o Brasil livre da corrupção. E que, hoje, celebram o retorno ao “normal” — um normal podre, sujo, impune.
A fala de Gilmar Mendes é apenas o reflexo mais visível desse teatro tenebroso. Um teatro onde os mocinhos viram vilões e os vilões, heróis. Onde Harvard vira palco para a humilhação da Justiça, e o STF, instrumento de reescrita da história — sempre em favor dos mesmos de sempre.
Mas não precisa ser assim. A mudança começa com você, com sua consciência, sua voz, sua indignação. É hora de parar de engolir calado. De exigir transparência, de apoiar quem realmente luta por um país decente. O Brasil precisa mais do que nunca de pessoas como você — que enxergam além da propaganda, além das manchetes frias, além das falas calculadas em conferências internacionais.
O que está em jogo não é só a memória da Lava Jato. É a alma do Brasil.
Com informações Metrópoles