Você, que acorda cedo todos os dias, encara trânsito, enfrenta contas, impostos, boletos e vê seu salário escorrendo pelas brechas da inflação e da ineficiência estatal, já se perguntou onde vai parar o seu dinheiro suado? Pois bem, agora eu te conto: ele está sendo usado para bancar uma verdadeira caravana da alegria do governo Lula — e, acredite, você está pagando a passagem de ida, de volta, o hotel, o carro alugado e até o seguro-viagem.
A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), essa estatal que ninguém assiste, ninguém sente falta, ninguém se comove se fechar, resolveu turbinar o orçamento para cobrir… adivinha só? Atos de Lula e seus ministros em pleno ano pré-eleitoral. De forma bem camarada, a EBC pretende gastar a bagatela de R$ 15 milhões em um único ano com viagens, diárias, bagagens extras, locações e seguros. Um verdadeiro turismo de luxo com a sua assinatura no cheque.
Sim, você leu certo. Enquanto o próprio governo já admite que vai faltar verba para saúde e educação em 2027, a prioridade está clara: garantir que cada passo, cada discurso e cada palanque de Lula seja devidamente registrado e propagandeado pelos quatro cantos do Brasil — e do mundo, por que não? O objetivo é cristalino: transformar cobertura jornalística em palanque eleitoral camuflado com a tinta da “comunicação institucional”.
O Antagonista, sempre atento aos bastidores, trouxe à tona mais essa indecência que deveria causar indignação nacional. E não estamos falando aqui de um desvio oculto, de algo que precisa de uma CPI para ser revelado. Está tudo ali, escancarado, no próprio edital da licitação. Eles estão dizendo, com todas as letras: “Sim, vamos gastar mais do que o dobro do contrato anterior — feito ainda sob Bolsonaro — porque, afinal, precisamos seguir Lula por onde ele for.”
E olha que o contrato anterior, de cerca de R$ 7 milhões, já era considerado generoso. Agora, com R$ 15 milhões, teremos 7.500 passagens aéreas, 2.500 diárias de hotel, 1.800 locações de veículos e 9.000 seguros de viagem. Só falta incluírem um cruzeiro temático com a trilha sonora de Chico Buarque para completar o pacote.
O mais cínico é a justificativa apresentada pela EBC. O estudo técnico que embasa a licitação afirma que é necessário intensificar a cobertura no “ano das entregas” — ou como Rui Costa, ministro da Casa Civil, preferiu chamar: “o ano da colheita”. Colheita de quê? Do que foi plantado com discursos vazios e promessas que ninguém viu germinar? Ora, o que está sendo “colhido” aqui é a propaganda disfarçada, a narrativa moldada com o nosso dinheiro, o uso escancarado da máquina pública para fins eleitorais.
O deputado Luciano Zucco (PL), atento ao cheiro forte da farra, já anunciou que pedirá a convocação do ministro das Comunicações para esclarecer o escândalo. Também solicitou uma auditoria à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Tribunal de Contas da União (TCU). O Partido Novo entrou na briga, pedindo suspensão cautelar da licitação. E você aí, cortando o cafezinho para pagar o IPVA.
Mas esse é apenas o pano de fundo. O buraco é mais embaixo, porque a EBC não é apenas um ralo por onde escorrem bilhões. Ela é uma estrutura pensada, desde sua fundação em 2007 pelo próprio Lula, para funcionar como uma extensão do comitê de campanha do PT. A TV Lula — como corretamente apelidada por Bolsonaro — se transformou na BolsoTV durante o governo anterior, é verdade. Mas agora volta com força total, devidamente reequipada e recauchutada, para exercer o papel de vitrine de um projeto de poder disfarçado de comunicação pública.
Se fosse só ineficiência, ainda seria ruim. Mas o que se vê é aparelhamento puro e descarado. E quem trouxe mais detalhes foi o Estadão, em uma matéria reveladora: a superintendente de Comunicação Digital e Mídias Sociais da EBC, pasmem, é Nicole Briones — ninguém menos do que a responsável pelos perfis oficiais de Lula durante sua prisão em Curitiba. Ah, ela também é esposa de Marco Aurélio Santana, chefe de gabinete de Lula. Tudo em família, como manda o figurino do lulopetismo raiz.
Outro nome que merece destaque é Juan Ébert Jacó Cândido Pessoa, ex-coordenador nacional de comunicação do PT, diretamente envolvido na campanha de 2022, que foi nomeado para chefiar justamente a área de comunicação governamental da EBC. É como entregar a chave do cofre ao assaltante e pedir para ele cuidar das finanças da casa.
A EBC, que custou R$ 500 milhões aos cofres públicos em 2022, já consumiu mais de R$ 10 bilhões desde a sua criação. Em 2024, o orçamento previsto foi de R$ 792 milhões — e grande parte disso vai parar em salários gordos e viagens confortáveis para quem deveria estar produzindo conteúdo de interesse público, mas prefere dar voz a porta-vozes do petismo e distribuir prêmios para jornalistas de confiança do sistema.
Estamos falando de uma estatal com 1.500 funcionários, dos quais 400 são comissionados — muitos deles sem sequer trabalhar de fato. Uma farra institucionalizada que resiste a trocas de governo, mas encontra no PT o seu berço natural e sua encarnação mais confortável.
Você talvez não assista à EBC. Ninguém assiste. Mas ela segue firme e forte, sugando recursos que poderiam estar salvando vidas nos hospitais, melhorando escolas, pavimentando estradas. Em vez disso, ela investe em recompensar aliados, garantir microfones a serviço do marketing político e sustentar uma estrutura que deveria envergonhar qualquer nação minimamente séria.
E o mais revoltante é ver como tudo se repete. O PT não aprende. Ou melhor, aprende sim — aprende a manipular a máquina pública com maestria, empurrando para debaixo do tapete qualquer resquício de ética ou respeito ao cidadão pagador de impostos. A história se repete como farsa, porque já foi tragédia. E agora, com Lula de volta ao Planalto, parece que não há freios nem pudor.
Você, que é conservador, que preza pela responsabilidade fiscal, pela eficiência do Estado, pelo respeito ao contribuinte, não pode se calar diante disso. Este não é um caso isolado. É um sintoma de um sistema podre, viciado, onde estatais viram instrumentos de propaganda e cargos viram moeda de troca entre aliados.
A tal “comunicação pública” virou um reality show disfarçado, onde o protagonista é o presidente em campanha permanente, e os figurantes somos nós — pagando a conta para que ele desfile pelos palanques da demagogia.
Este artigo, originalmente exposto com detalhes pelo site O Antagonista, escancara uma prática que precisa acabar. Ou melhor: precisa ser exposta, combatida, desmantelada. Porque enquanto a farra continuar, a conta vai sobrar — como sempre — para mim, para você e para todo brasileiro honesto que ainda acredita que política pode, sim, ser feita com responsabilidade, verdade e respeito ao bem comum.
É hora de exigir explicações. De cobrar transparência. De exigir que o dinheiro público seja usado para o bem público — e não para promover reis despidos que se acham acima da moral e da lei.
Chega de pagar caro para ser enganado. Chega de financiar luxo e campanha com suor alheio. A EBC, assim como tantas outras estruturas inchadas e aparelhadas, precisa ser extinta — ou, no mínimo, completamente reformulada. E se Lula quer uma equipe de filmagem a tiracolo, que o faça com dinheiro do partido, não com o nosso.
Ou você acha que precisamos mesmo pagar R$ 15 milhões para assistir Lula fazer campanha disfarçada de presidente?
Com informações O Antagonista
