
Em entrevista ao jornalista da extrema-esquerda, Ricardo Noblat, Metrópoles, o ministro Gilmar Mendes, a imagem do STF está ruim por causa das redes sociais. Sim, você não leu errado. A crise de credibilidade de um dos pilares da República — aquele que deveria ser o guardião da Constituição Federal — agora é atribuída a memes, posts e vídeos virais. A velha mídia — cúmplice, omissa e, muitas vezes, cúmplice — repete como papagaio domesticado essa versão, como se o povo brasileiro fosse cego, surdo e analfabeto funcional.
Mas aqui, no Conservadores Online, a conversa é outra. Aqui, a gente fala com você que não nasceu ontem, que já entendeu muito bem o jogo, que reconhece quando estão tentando vender gato por lebre. Vamos colocar os pingos nos “is”, porque já passou da hora.
Não, ministro, a culpa não é do X, do Instagram ou do TikTok. A culpa não é dos brasileiros que compartilham imagens irônicas, críticas duras ou piadas com toga e martelo. A culpa não é da internet. A culpa é de quem age como se fosse um semideus da República, acima do bem e do mal, desrespeitando a Constituição, a liberdade de expressão e, o mais grave, a própria noção de separação dos poderes.
Se a imagem do STF está arranhada, não é por obra do acaso ou de uma teoria da conspiração inventada por perfis anônimos. É porque o povo está cansado de assistir, calado, a um show de horrores jurídicos em pleno horário nobre. A verdade, ministro, é que o brasileiro não aguenta mais.
Vamos ser francos. Essa tentativa de transferir responsabilidade é uma estratégia velha, mofada e já bem conhecida: quando as críticas ficam fortes demais, culpa-se o povo. “O povo está desinformado”. “O povo é manipulado por fake news”. “O povo não sabe o que é melhor para ele mesmo”. Só faltam dizer que o povo é burro. Mas o problema não é o povo. O problema é que o povo está acordado.
A cada decisão polêmica, a cada prisão sem processo, a cada atuação fora da competência constitucional, cresce no cidadão comum um sentimento de injustiça. E esse sentimento se transforma em revolta, em desilusão, em descrença nas instituições — e não sem razão. Porque, convenhamos: o que temos assistido não é normal. E muito menos aceitável.
A censura prévia voltou com força total. Basta alguém publicar algo que desagrade um poderoso para ter o conteúdo retirado do ar, páginas apagadas e perfis bloqueados. Sem processo, sem defesa, sem direito ao contraditório. Como é possível defender que isso seja “democrático”? Como pode alguém, num Estado de Direito, defender que a liberdade de expressão seja regulada por toga e capricho?
E não para por aí. Quantos brasileiros já foram presos ilegalmente sem sequer saber do que estavam sendo acusados? Quantos inquéritos secretos, com provas ocultas, sem acesso à defesa, estão rolando nas sombras do Judiciário? Quantas famílias choram hoje porque seus filhos foram considerados “ameaças à democracia” por simplesmente protestarem ou discordarem de narrativas oficiais?
A velha mídia finge que nada vê. Quando vê, minimiza. E quando não dá mais para ignorar, culpa o povo ou os tais “radicalizados”. Mas e os ministros, são o quê? Moderados? Democráticos? Isentos? Um olhar mais atento mostra que não.
Julgamentos seletivos são prática corriqueira. Há um padrão nítido: quem é aliado é blindado, quem é opositor é perseguido. Políticos de esquerda envolvidos até o pescoço em escândalos dormem tranquilos. Já os da direita são caçados até por postar emoji. Isso é Justiça? Ou é militância com toga?
E a interferência nos outros poderes? O STF legisla, executa, decide e revoga decisões do Congresso como se estivesse num reinado absoluto. O povo elegeu deputados e senadores para representar suas vontades — mas quem tem dado a última palavra é uma minoria togada não eleita, inamovível, e inquestionável. Isso é democracia? Ou estamos caminhando para uma tecnocracia judicializada, onde juízes se tornam governantes por direito de caneta?
E, por fim, como não mencionar as decisões que ignoram a Constituição? Quando convém, ela é citada. Quando incomoda, ela é distorcida, relativizada ou simplesmente esquecida. A lei maior do país virou papel de bala, interpretada conforme o “espírito do tempo” ou o “contexto político”. Um perigo real, concreto e crescente.
Diante de tudo isso, quem você acha que está enganado? O povo ou os ministros? O cidadão comum, que trabalha, paga imposto e tenta sobreviver, ou quem vive em palácios refrigerados, rodeado de seguranças, e desconectado completamente da realidade?
É fácil criticar memes quando se está numa bolha. É fácil apontar o dedo para as redes sociais quando se tem o controle da grande imprensa nas mãos. Mas não é tão fácil assim justificar o desprezo pelas liberdades individuais, o uso seletivo da lei e a usurpação de funções que não lhes pertencem.
A verdade, ministro, é que o povo brasileiro está de saco cheio. Cansou de ser feito de palhaço. Cansou de ver seus direitos sendo desrespeitados. Cansou de ser acusado de tudo: de golpista, de extremista, de antidemocrático, de fascista. Tudo isso apenas por ousar pensar diferente, questionar narrativas e exigir coerência das instituições.
Você pode até não gostar do tom que o povo usa nas redes. Pode achar agressivo, exagerado, inconveniente. Mas é o reflexo direto do que vocês, togados, têm feito. É a reação legítima de uma sociedade que, por décadas, se calou. E que agora, finalmente, decidiu falar.
Não adianta tentar empurrar goela abaixo a versão de que o problema são os aplicativos. O problema está nas decisões — e, mais ainda, na arrogância com que elas são tomadas. O problema está na falta de humildade para reconhecer erros, no autoritarismo disfarçado de salvaguarda democrática e na tentativa de transformar discordância em crime.
Em vez de culpar a tecnologia, que tal fazer uma autocrítica? Que tal olhar para trás e reconhecer os exageros, os abusos, os silêncios cúmplices e os ruídos ensurdecedores que vêm do próprio Supremo? Que tal lembrar que quem julga deve ser imparcial, e não político?
Mas isso, claro, seria pedir demais de quem há muito tempo deixou de ser juiz para virar protagonista político. De quem já não se contenta em interpretar leis — quer criá-las, moldá-las, e até apagar trechos que incomodam. Como se fossem deuses, e nós, seus súditos ignorantes.
Só que não somos. E é bom que fique claro: não vamos voltar para a mordaça. O tempo em que meia dúzia de colunistas decidiam o que era verdade acabou. Hoje, o povo se informa, compartilha, discute, investiga. E, por mais que tentem calar as redes, a verdade escapa, escorre, rompe as barreiras e se espalha.
Essa tentativa desesperada de censura só mostra uma coisa: vocês têm medo. Medo da liberdade. Medo do povo. Medo da verdade. Porque, no fundo, sabem que sem o controle da narrativa, tudo desmorona. Sabem que a autoridade que detêm não vem mais da confiança, mas do medo, da coerção, da ameaça.
E isso, senhor ministro, não é Justiça. É tirania.
A imagem do STF está ruim porque o comportamento do STF está ruim. Porque os brasileiros assistem, dia após dia, a um tribunal que se afastou do povo, da lei e da moral. Que se acha acima de tudo e de todos. Que se dá o luxo de ignorar princípios básicos da democracia, como o direito à opinião, à crítica e ao debate.
E se isso incomoda, paciência. O povo seguirá falando. Seguirá questionando. E, se preciso for, seguirá gritando — porque não existe democracia sem liberdade de expressão, sem imprensa livre, e sem a possibilidade de chamar o rei de nu quando ele decide sair desfilando sem vergonha.
A história mostra: quando os tribunais se transformam em instrumentos de poder e não de justiça, a sociedade responde. E essa resposta começa sempre pela voz — e termina pelo voto.
Que Deus tenha misericórdia do Brasil. E que o povo jamais perca a coragem de dizer o que precisa ser dito.