
Parece que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descobriu um novo hobbie: defender o Supremo Tribunal Federal com unhas, dentes e discursos inflamados nos eventos dos amiguinhos de partido. A última pérola foi despejada com todo o requinte retórico que só um ex-presidente condenado (e depois miraculosamente absolvido) pode oferecer: em 2026, o Brasil precisa eleger uma maioria no Senado para impedir que a direita “avacalhe” com a Suprema Corte. Sim, ele disse isso mesmo. Avacalhar. A palavra de um estadista.
A declaração, registrada no congresso nacional do PSB, não foi feita no calor de uma briga de bar nem na saída de uma reunião do sindicato. Não. Foi em Brasília, cercado de aliados, microfones e, como sempre, um ar de superioridade moral que transborda pela gravata. E claro, a mídia companheira estava lá para registrar tudo com aquela isenção que faria inveja à editoria de política de Cuba.
Vamos analisar o pensamento profundamente filosófico do nosso ilustre presidente: Lula acredita que o maior perigo para o Brasil é a direita “avacalhando” o STF. O mesmo STF que hoje age como um governo paralelo, que legisla, prende, censura, investiga, julga e – por que não? – decreta quem pode ou não pensar diferente. Aparentemente, o problema não é o excesso de poder concentrado em 11 senhores de toga; o problema é alguém ousar discordar deles.
Para quem ainda tinha dúvidas, Lula deixou claro: o projeto de poder da esquerda brasileira não tolera freios nem contrapesos.
Segundo Lula, “precisamos preservar as instituições que garantem o exercício da democracia nesse país”. Ora, que declaração doce. De fato, nada mais democrático do que um STF que fecha canais, manda prender jornalistas, suspende perfis nas redes sociais sem processo ou contraditório e se autoproclama guardião da verdade. Quem diria que o novo símbolo da democracia brasileira seria a caneta de Alexandre de Moraes?
Ah, Alexandre, esse gênio do Direito com sede de poder e amor à liberdade… dele. Não é à toa que Lula se desespera com a possibilidade de vê-lo questionado. O medo do presidente não é que a direita “avacalhe” com o STF, mas que ela ousadamente restabeleça os limites constitucionais do tribunal, devolvendo ao Senado a função de fiscalizar os excessos que, hoje, são quase rotina. Imagina só o escândalo que seria um ministro do STF tendo que responder a um pedido de impeachment por abuso de autoridade? Uma afronta à democracia! Ou melhor, ao monopólio de poder que Lula e seus pares tentam manter sob controle.
O Senado, esse chato de galocha, tem o poder constitucional de julgar ministros do STF. Mas como bem lembrou o sempre prestativo senador Davi Alcolumbre, “o Senado não é órgão de correção do STF”. Claro que não! É apenas um clube de amigos pagos com dinheiro público para fingir que representam o povo, enquanto tomam decisões nos bastidores para preservar seus interesses – e os dos ministros do Supremo, claro.
Lula, como todo bom entusiasta da hegemonia partidária, vê no Senado uma ameaça que precisa ser contida. A “avacalhação” que ele teme é, na verdade, o retorno da democracia representativa, onde os senadores refletem o desejo popular de limitar abusos do Judiciário. E isso, para Lula, é uma tragédia. Afinal, democracia só vale quando os votos são para ele. Quando não são, é golpe, é fake news, é “extrema-direita” tentando destruir o país.
E por falar em extrema-direita, o presidente citou que é necessário eleger os melhores quadros para impedir o caos. Um lembrete singelo: os melhores quadros de Lula geralmente atendem por nomes como Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann, Humberto Costa… uma turma que entende tudo de ética, responsabilidade e… processos judiciais.
Enquanto isso, o senador Flávio Bolsonaro, aquele que o petismo ama odiar, já apontou que há quase 40 senadores a favor do impeachment de Alexandre de Moraes. Opa, isso sim é sinal de que o país começa a acordar. Um movimento legítimo, democrático e, acima de tudo, constitucional. Mas para Lula, claro, isso é um ataque à “suprema democracia”. Afinal, o STF virou algo sagrado. Criticar o tribunal é heresia. E tentar equilibrar os poderes virou crime de lesa-pátria.
Na cabeça de Lula – e de boa parte da esquerda brasileira – o STF não é mais uma Corte, mas um bastião ideológico. Uma espécie de fortaleza da “resistência progressista”, que segura o país na rédea enquanto a população caminha a passos largos para o caos. E não pense você que isso é exagero: basta ver como decisões políticas vêm sendo empurradas pela goela dos brasileiros sob a justificativa de “combate ao discurso de ódio”, “proteção da democracia” e outras expressões genéricas que mais servem como mordaça do que como escudo da liberdade.
Mas a maior ironia desse espetáculo tragicômico é ver Lula, o grande crítico do “autoritarismo da direita”, se tornar o maior defensor do autoritarismo institucionalizado, desde que ele venha de toga preta e não de farda verde-oliva. Ditadura do Judiciário? Só se for uma boa ditadura, dessas que censuram quem pensa diferente e mantêm o povo sob controle digital.
Lula não quer maioria no Senado para equilibrar os poderes, combater a corrupção ou aprovar reformas estruturais. Ele quer uma maioria cega, obediente, submissa, que finja que o STF é intocável e que ministros como Moraes são semideuses acima do bem e do mal. A lógica é simples: se a direita ousar reagir, é “avacalhação”; se a esquerda legisla pela toga, é “preservação da democracia”.
Se você ainda tinha dúvidas sobre quem realmente ameaça a democracia, basta ouvir as palavras do próprio presidente. O recado está dado. O medo da esquerda não é do radicalismo da direita, mas da possibilidade concreta de que o povo finalmente tenha voz nas instituições. E isso, para quem se acostumou a governar com o apoio irrestrito de uma Suprema Corte militante, é inaceitável.
Lula teme que a direita avacalhe o STF? Pois que se prepare. Porque em 2026, se a população brasileira abrir os olhos, a verdadeira faxina começa pelo Senado. E aí sim, a democracia poderá respirar fora dos gabinetes hermeticamente fechados onde as leis são reinterpretadas conforme a ideologia do momento.
Como diz o ditado: quem não deve, não teme. Mas quem teme tanto assim, é porque sabe que deve – e muito.
Com informações Gazeta do Povo