
Em tempos onde o microfone virou palanque e o palco se traveste de púlpito político, o episódio envolvendo a banda Ira! e o vocalista Nasi se transforma em algo muito maior do que o cancelamento de quatro shows. Não se trata de uma simples reação do público — trata-se de um recado claro, direto e, sobretudo, democrático: chega de lacração nos palcos.
O jornal O Globo, sempre tão diligente em relativizar o óbvio e defender o indefensável, noticiou o cancelamento das apresentações do Ira! no Sul do Brasil como uma consequência “natural” dos acontecimentos recentes envolvendo a banda. Mas, como de costume, o que parece ser apenas mais uma notícia de cultura esconde as entranhas podres da politização cultural promovida pela esquerda brasileira.
O fato é que, durante uma apresentação em Contagem (MG) no final de fevereiro, Nasi — visivelmente fora de si — resolveu usar o palco para gritar “sem anistia” aos acusados de 8 de janeiro de 2023, referindo-se aos manifestantes presos após os protestos em Brasília. A reação do público não demorou: vaia generalizada. E, mais do que isso, repúdio silencioso e devastador que se materializou dias depois com cancelamentos em massa de ingressos, abandono de patrocinadores e a queda de um artista que se julgava intocável.
Ora, o que esperar de um vocalista que diz, com todas as letras, que quem discorda dele “deveria ir embora de nossas vidas”? Sim, ele disse isso: “Vão embora da nossa vida! Vão embora e não apareçam mais em shows, não comprem nossos discos!”.
É uma declaração que beira o delírio autoritário. Um artista que pede para o público ir embora porque este não aplaude sua pauta ideológica — isso não é apenas arrogância; é desprezo. Desprezo pela pluralidade, pela liberdade de opinião e, principalmente, pelo próprio público que sustenta sua carreira há décadas.
Mas eis que o povo do Sul, tradicionalmente ordeiro, trabalhador e zeloso por seus valores conservadores, resolveu atender ao pedido: foram embora mesmo. Cancelaram ingressos, deixaram de apoiar e levaram com eles o apoio financeiro que sustentava a turnê. Resultado? Shows cancelados em Jaraguá do Sul, Blumenau, Caxias do Sul e Pelotas.
Não é difícil entender o que está acontecendo. A cultura brasileira, há décadas, tem sido infiltrada por agentes ideológicos disfarçados de músicos, atores, escritores e “influencers”. Eles usam seus espaços de destaque — conquistados não raras vezes com o apoio de mecanismos públicos como a famigerada Lei Rouanet — para pregar sua cartilha progressista e atacar tudo aquilo que foge do consenso da bolha esquerdista: família, tradição, fé cristã, liberdade econômica, e agora, até mesmo a ideia de anistia.
Anistia, aliás, é uma palavra que carrega consigo o peso da civilidade. Desde a redemocratização, o Brasil entendeu que não se constrói uma nação sobre os escombros da perseguição política. A anistia é o que permitiu a pacificação após a ditadura, é o símbolo da reconciliação nacional. Mas a nova esquerda quer resgatar o velho revanchismo. Quer prender, punir, calar, destruir. E usa para isso qualquer meio — inclusive, a música.
A produtora SCAR, responsável pelos shows, fez um desabafo raro e corajoso: “Artistas deveriam subir ao palco apenas para apresentar suas músicas e talentos.” É uma frase simples, mas poderosa. Traduz a sensação de milhares de brasileiros que se veem reféns de shows que mais parecem comícios. A arte foi sequestrada. O entretenimento virou doutrinação.
E quando o público reage, o que acontece? A imprensa — como sempre — tenta pintar o artista como vítima. O mesmo artista que pediu que parte de seus fãs “sumissem”. O mesmo que usou o palco como tribunal político.
E vale destacar o outro lado dessa equação: o público. Sim, esse povo que vaiado por Nasi, chamado de reacionário, bolsonarista, retrógrado, ignorante — e que, no entanto, é quem paga o ingresso, sustenta a cultura, enche os teatros e compra os álbuns (quando ainda se compravam). Esse público — desprezado, humilhado, zombado — começou a reagir. E não com xingamentos ou destruição. Não com violência ou quebra-quebra. Reagiu com a mais poderosa arma de uma sociedade livre: a escolha.
Escolheu não financiar mais quem os despreza. Escolheu não aplaudir mais quem os ataca. Escolheu não compactuar com o escárnio da politização de tudo. Essa é a verdadeira democracia. E isso, sim, é um recado claro.
Agora vejamos o que está por trás de tudo isso: o colapso da hegemonia cultural da esquerda. Durante décadas, ela ditou o que era “arte”, o que era “humor”, o que era “progresso”. Criaram ídolos, destruíram reputações, moldaram gerações. Mas a hegemonia tem prazo de validade. E quando ela perde a conexão com o povo — o verdadeiro soberano —, ela cai.
E mais: esse episódio escancara uma verdade que muitos ainda fingem ignorar — o Brasil não é um país de esquerda. A esquerda é barulhenta, sim, mas não é majoritária. O povo brasileiro é cristão, trabalhador, conservador nos costumes e liberal na economia. Quer paz, quer emprego, quer educação de verdade. Não quer ser tratado como massa de manobra por artistas decadentes tentando manter seus minutos de fama com discursos políticos baratos.
A vaia a Nasi foi mais que um som. Foi um grito de basta. E o cancelamento dos shows foi mais que uma consequência comercial — foi um movimento cultural, uma resposta ética, uma espécie de revolução silenciosa e eficaz. A esquerda cultural perdeu, porque o povo acordou.
Agora, cabe ao meio artístico refletir: o palco é lugar de música ou de militância? O show é para todos ou só para quem concorda com o vocalista? O artista está a serviço da arte ou de uma ideologia?
A resposta já está sendo dada. E não pelas colunas culturais do O Globo. Está sendo dada por quem realmente sustenta a cultura: o povo brasileiro.
E um adendo importante: se Nasi e os demais artistas acham que a arte não deve ter limites, então também devem aceitar que o público tem o direito de rejeitar essa arte quando ela se transforma em ativismo político de palco. Não há censura aqui — há liberdade de escolha. E essa liberdade, que a esquerda tanto finge defender, só é válida quando favorece a sua pauta. Quando não favorece, chamam de “censura”, “fascismo”, “intolerância”.
Mas o que aconteceu com o Ira! não foi censura. Foi consequência. Foi a simples aplicação da liberdade do consumidor. Um recado que ecoa: quem lacra, não lucra.
E que isso sirva de lição não apenas para os músicos, mas também para atores, comediantes, produtores, jornalistas e toda a elite cultural brasileira. O povo está atento. Não aceita mais ser chamado de “gado” enquanto paga o ingresso. Não tolera mais ser taxado de “fascista” por quem nunca trabalhou fora de um estúdio. O Brasil mudou. E não há como voltar ao tempo em que meia dúzia de artistas mimados ditavam o que era certo ou errado.
Conservadores Online continuará sendo uma trincheira contra esse tipo de doutrinação cultural. Continuaremos a denunciar os abusos, a expor os bastidores da manipulação, a defender a arte pela arte — e não a arte como arma ideológica. O povo brasileiro merece mais. Merece cultura de verdade. E, acima de tudo, merece respeito.
Porque o Brasil não é palco de militância. O Brasil é o lar de milhões que amam sua pátria, sua fé, sua liberdade e sua família. E isso, meus caros, nem toda a gritaria de um vocalista decadente conseguirá mudar.
Com informações O Globo