
Meus amigos, preparem-se. Porque se você achava que o roteiro político brasileiro já tinha batido todos os recordes de surrealismo, espera só o próximo ato. O protagonista? Nada mais, nada menos que Luís Roberto Barroso, o “reeducador de brasileiros”, o “mito civilizador” de toga, que agora, segundo a sempre útil (quando convém) revista IstoÉ, vai pendurar a capa do Batman jurídico e trocar o STF por uma embaixada na Europa — de preferência, claro, em Paris, onde a mitomania veste cachecol e toma vinho tinto.
Vamos aos fatos — ou melhor, àquilo que eles chamam de “furo jornalístico”. Segundo a matéria recém-publicada, Barroso deixará o STF em setembro de 2025, assim que concluir sua presidência. O detalhe é que ele poderia ficar lá mais alguns anos, mas não… A missão já foi “cumprida”. A tarefa, aquele contrato não escrito, mas obedecido à risca, parece ter chegado ao fim. E como agradecimento? Uma embaixada, um mimo. Um presente de grego da República para quem rasgou a liturgia do cargo em rede internacional — lembram da famosa entrevista em que ele confessa com gosto que “derrotamos o bolsonarismo”?
Sim, senhoras e senhores. O mesmo ministro que achou por bem recivilizar o povo brasileiro, agora quer posar de diplomata chique no exterior. Porque aqui, convenhamos, o clima ficou quente demais. E não é só pelo calor de Brasília. É o calor da Lei Magnitsky, das investigações internacionais, do desconforto crescente com o tipo de “ativismo judicial” que começa a ser lido lá fora com os mesmos olhos com que os brasileiros já enxergam há anos: com desconfiança, indignação e nojo.
E veja, nada disso é teoria da conspiração. É lógica pura. É o mapa mental do personagem. Quem estuda o Direito Criminal, como bem explicou o analista que previu isso com um ano de antecedência, sabe o quanto certos perfis precisam de narrativa, currículo, medalha simbólica. E Barroso? Esse nunca foi homem de sair pela porta dos fundos. Sai, sim, mas com tapete vermelho estendido e, de preferência, passaporte diplomático em mãos.
O teatro segue. O Palácio do Planalto, esse “ente abstrato” mas tão real quanto os conchavos, já cogita o substituto de Barroso — e pasme: um nome da ala “alexandrina”, uma extensão do petismo togado, aquele mesmo que empurrou Cristiano Zanin para o STF em tempo recorde, quase sem sabatina. Quem lembra da velocidade com que o Flávio Dino também foi nomeado? Pois é, meus caros, sentem-se: vem mais uma peça dessa ópera burlesca.
Só que agora, o problema tem um agravante: o Senado está nas mãos do inestimável Davi Alcolumbre, o mesmo que sentou 11 meses em cima da indicação do André Mendonça. E a CCJ, a Comissão de Constituição e Justiça, é presidida por Otto Alencar, um ortopedista da Bahia que nunca clinicou, mas virou árbitro de sabatina jurídica. Ah, o Brasil…
A jogada está escancarada: dá-se a Barroso o “cala-boca diplomático” e, de quebra, garante-se mais uma cadeira no STF para um aliado ideológico. Tudo, claro, antes que 2026 chegue e traga, com ele, a possibilidade de uma troca de governo. Afinal, se o próximo presidente não for da turminha atual, adeus mamata.
A pergunta que fica é: por que tanto silêncio? Onde estão os grandes defensores da democracia agora? Aqueles que, há pouco tempo, gritavam contra o “autoritarismo”, que exigiam transparência, que defendiam a separação de poderes? Estão, talvez, aplaudindo de pé a troca da toga por o cargo de embaixador. Porque, na cabeça deles, “missão dada é missão cumprida”. E quem paga a conta? Ora, o povo brasileiro — como sempre.
E como esquecer as declarações internacionais do senhor Barroso? Foi lá fora, em eventos nos Estados Unidos e na Europa, que ele soltou as pérolas mais infames da sua carreira. Do alto de sua empáfia, falou abertamente da interferência no processo democrático, zombando da inteligência dos brasileiros. E agora, quer descansar em Paris, provavelmente com o apoio do próprio Macron, esse outro “globalista gourmet” que adora posar de defensor das instituições — desde que elas estejam alinhadas à sua ideologia.
Mas há um porém. Apesar de tudo estar sendo desenhado nos bastidores, Barroso nega. Diz que não vai sair, que está bem onde está, que é tudo invenção da imprensa. Curioso, né? Justo ele, que sempre teve a mídia como aliada, agora vê seus próprios informantes antecipando o fim de sua carreira togada. Mas claro, negar é parte do script. Até o momento em que tudo se confirme e, como sempre, ninguém seja responsabilizado por nada.
E o povo? O povo vai continuar esperando. Esperando por um Supremo imparcial. Por um Senado que cumpra seu papel. Por um Judiciário que julgue com base na Constituição, não na militância. Esperando — mas cada vez mais consciente de que, no Brasil, toga virou fantasia de carnaval e a República virou piada de stand-up.
Talvez seja hora de inverter os papéis. Se o Senado não sabatina, o povo deveria sabatinar os senadores. Se o Supremo não respeita a Constituição, que o povo comece a ler a Carta Magna com atenção e cobre nas ruas. Porque não dá mais para aceitar calado esse teatro de absurdos, onde juízes viram diplomatas, militantes viram ministros e a democracia vira peça decorativa.
Enquanto isso, os bastidores fervem. O Planalto já prepara a lista de nomes. E a esquerda já ensaia o discurso de sempre: “é prerrogativa do presidente nomear”. Sim, é. Mas também é dever da oposição fiscalizar. É dever da sociedade gritar. Porque o que está em jogo aqui não é uma simples troca de cadeira. É a manutenção de um sistema que se alimenta do silêncio, da omissão e da conivência.
Luís Roberto Barroso, afinal, não foi apenas mais um ministro. Ele foi — e é — símbolo de uma era de intervencionismo judicial, de um STF que passou a legislar, governar e até, veja só, “reeducar” cidadãos. E agora que ele quer sair pela porta da frente, ganhando um cargo de luxo, sem prestar contas ao país, a única resposta digna seria: não tão rápido, excelência. O povo está acordando.
O desfecho? Ainda está sendo escrito. Mas uma coisa é certa: não faltará ironia. Porque em um país onde um juiz militante vira embaixador e o povo vira figurante, tudo é possível. Menos justiça.