
Ah, a Câmara dos Deputados, aquele palco onde os bastidores mais emocionantes da política brasileira acontecem. Quem diria que, no início de março, as comissões permanentes seriam o centro de uma batalha tão grandiosa e cheia de “sinceridade” política? Pois é, caro leitor, estamos falando de um jogo de cartas marcadas onde a verdade é apenas um detalhe incômodo para aqueles que preferem manter as aparências. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), faz o que pode para dar início ao seu “brilhante plano” de instalar as comissões, mas antes, claro, é necessário garantir que os aliados e os donos do poder se acomodem confortavelmente nas suas cadeirinhas.
E, não, nada de pressa. A Câmara ficará “deserta” até 11 de março, porque, aparentemente, os deputados têm compromissos mais importantes após o Carnaval. Ah, claro, porque o país é governado de forma tão eficiente que as férias prolongadas são mais do que justificáveis. Afinal, quem precisa de produtividade quando se pode dar uma pausa para a folia? Eles devem achar que o Brasil tem uma saúde fiscal tão estável que pode esperar até março para começar os verdadeiros trabalhos.
Mas, vamos ser sérios agora: o jogo que está sendo jogado ali é um espetáculo de pura articulação política, onde as maiores bancadas são as que se beneficiam mais. O União Brasil e o MDB, os velhos conhecidos que sabem muito bem como articular suas jogadas, têm como objetivo garantir os “melhores cargos” nas comissões. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), esse eterno ponto de disputa, está sendo cobiçada por essas siglas, enquanto o PL — a sigla com mais deputados, claro — está de olho em algo ainda mais vantajoso: a Comissão da Saúde, que é onde se encontram as emendas parlamentares. Nada como garantir um bom orçamento para os amigos, não é mesmo?
Mas, claro, a cereja do bolo é a disputa pelo controle da Comissão de Relações Exteriores. E quem melhor para assumir o comando do que Eduardo Bolsonaro? Afinal, quem precisa de diplomacia quando se pode usar a comissão para fazer barulho internacional, especialmente se isso ajudar a preservar o patrimônio familiar? Não é à toa que o PL está tão interessado na cadeira de Eduardo. Afinal, sua trajetória internacional não é exatamente sobre promover uma política externa digna de respeito, mas sim sobre garantir apoio para seu pai — e, claro, para seus próprios interesses. Eduardo Bolsonaro tem sido o verdadeiro “ponta de lança” da oposição no exterior, tentando criar uma base de apoio internacional para seu pai, Jair Bolsonaro, enquanto este tenta navegar pelos tribunais brasileiros.
Agora, a verdadeira diversão começa quando o governo começa a se incomodar. A bancada governista, sempre tão preocupada com o que é bom para o Brasil, vê em Eduardo Bolsonaro uma ameaça à “soberania nacional”. E, claro, o que melhor para resolver isso do que uma boa denúncia à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a apreensão de seu passaporte? Quem diria que a simples presença de Eduardo Bolsonaro em terras estrangeiras poderia ser vista como um ato de traição à pátria? Se é para falar em soberania nacional, parece que a única coisa que a preocupa é a liberdade de um deputado de ir e vir. Mas, não importa, ele deve estar tramando algo contra o governo, como se o simples fato de ser de direita já fosse suficiente para ser rotulado de inimigo público. A sinceridade é o que menos se espera dessa turma.
Em todo esse cenário, os líderes da oposição estão se preparando para mais um embate, mas com um objetivo claro: enfraquecer as engrenagens do governo enquanto se garantem nos melhores cargos possíveis. O PL, como de praxe, busca mais um pedaço do bolo, enquanto outros partidos se infiltram para garantir que nada escape das mãos daqueles que sabem como manipular o processo político. Aqui, a palavra de ordem é uma só: “controle”. E, claro, quem tem o controle das comissões, tem a chave para uma série de benefícios — sejam emendas, cargos ou até mesmo o poder de garantir certos aliados.
Agora, sobre o que estamos realmente falando? Estamos falando de um sistema onde a Câmara dos Deputados não é mais um órgão de representação popular, mas sim um jogo de poder entre partidos que fazem o que bem entendem, sempre com a ajuda de articulação política e uma boa dose de compadrio. E você, caro leitor, fica aí esperando que o Brasil realmente vá para frente, quando na realidade o que está acontecendo é uma competição feroz por mais poder e, claro, mais recursos. As comissões não são um meio de servir ao povo, mas de garantir que os interesses privados de partidos e políticos sejam atendidos.
Esse é o país em que vivemos: um país onde as distribuições de poder são feitas como se fosse um grande mercado de influências, onde os interesses pessoais são colocados acima dos interesses coletivos. A verdadeira soberania nacional não está na defesa de valores patrióticos e morais, mas na manutenção de uma estrutura política que se beneficia do caos e da falta de transparência. Eduardo Bolsonaro sendo atacado pela bancada governista não é sobre a soberania nacional, é sobre um embate político e ideológico.
Portanto, podemos concluir que o cenário político brasileiro, especialmente quando se trata das comissões da Câmara dos Deputados, não passa de um grande teatro. Um jogo onde quem perde é sempre o povo brasileiro, que vê sua democracia ser manipulada por partidos que priorizam seus próprios interesses. Enquanto isso, a população segue se perguntando por que o país não avança. A resposta, claro, está na forma como o poder é distribuído entre os partidos, sempre com o foco em garantir o controle, e nunca em resolver os problemas reais da população.
E, por fim, é sempre bom lembrar que quem está à frente dessas jogadas de poder não são os verdadeiros representantes do povo, mas sim aqueles que se utilizam do sistema para garantir suas próprias vantagens pessoais. Se você ainda acredita que a Câmara dos Deputados é um espaço de serviço público, talvez seja hora de reconsiderar sua visão. Na realidade, está mais para uma arena onde os interesses privados se encontram com a falta de vergonha e a falta de compromisso com o Brasil.
Com informações O tempo Político