Congresso envia R$ 19 mi ao exterior via emendas parlamentar para ONU e até psicólogos nos EUA

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Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em fevereiro – Charly Triballeau – 24.fev.25/AFP

Pois é, meu caro. Você aí, ralando, pagando imposto até sobre o feijão, e uma parte do dinheiro que você sua para ganhar está financiando psicólogo em Miami, advogada em Nova York, marketing em Boston, e — pasme — até taxas obrigatórias do Brasil na Organização das Nações Unidas. Sim, aquele mesmo circo internacional que adora dar pitaco sobre o Brasil, que vive tentando enfiar goela abaixo “direitos” que não passam de bizarrices ideológicas disfarçadas de progresso. E sabe quem liberou esse dinheiro? Deputado brasileiro, por meio das benditas (ou malditas?) emendas parlamentares.

Mas não vá achando que isso começou ontem. Desde 2020, R$ 19 milhões saíram do seu bolso direto para bancar essas “ações internacionais”. Uma farra que passou tranquilamente pelos governos de Jair Bolsonaro e Lula da Silva. Isso mesmo. Em nome do “apoio aos brasileiros no exterior” — e com um discurso muito bonitinho de “evitar sanções diplomáticas” — parlamentares resolveram brincar de mini Itamaraty com dinheiro público. E, convenhamos, se há algo que político adora é brincar com o dinheiro alheio. Especialmente o seu.

Segundo reportagem da jornalista Júlia Barbon, publicada na Folha de S.Paulo, foi feito até um levantamento completo na plataforma Central das Emendas. E adivinha? A coisa é ainda mais feia do que parece. Sabe aquelas emendas que você pensa que vão pra hospital no sertão, pra merenda escolar ou pra asfalto em estrada rural? Então… parte delas está indo pra pagar consultoria em consulado nos EUA. Porque, claro, o Brasil é tão eficiente na política interna que já está sobrando dinheiro pra cuidar dos problemas em Nova York e Boston. Ironias à parte, é de cair o queixo.

Se você tem estômago forte, continue lendo. Porque a matéria da Folha revelou, com detalhes e nomes, para onde foi cada centavo. Uma psicóloga chamada Virna Moretti recebeu nada menos que R$ 280 mil em um ano — o que dá mais de R$ 23 mil por mês — só por atender brasileiras em Miami. Não, não é brincadeira. Com o dólar oscilando, ela recebeu de R$ 19 mil a R$ 28 mil mensais. E ainda teve a pachorra de dizer que o valor “se manteve abaixo da média americana”. Amiga, aqui no Brasil tem enfermeiro recebendo menos de R$ 3 mil por mês.

Mas não para por aí. Em Nova York, Danielly Ortiz e Stephanie Mulcock — que ninguém sabe exatamente o que fazem — embolsaram R$ 217 mil e R$ 191 mil, respectivamente, por “consultoria para o Espaço da Mulher Brasileira”. Já em Boston, a especialista em marketing Juliana Ávila Lobo recebeu R$ 180 mil para prestar “apoio técnico e operacional”. Apoio ao quê, ninguém sabe. Mas o dinheiro caiu direitinho.

Claro, o Itamaraty veio com aquele papinho de sempre: “precisamos evitar sanções e constrangimentos internacionais”. E o Ministério do Planejamento soltou uma nota dizendo que as contribuições à ONU são “despesas obrigatórias de caráter continuado”. Só esqueceram de explicar por que, então, essas obrigações tiveram que ser pagas com emendas parlamentares — e não com o orçamento regular do governo. Porque, sejamos sinceros, se é “obrigatório”, por que depender da boa vontade dos deputados?

A resposta, você já sabe: farra orçamentária. As emendas parlamentares viraram o novo jeitinho brasileiro institucionalizado. E o mais grave: ninguém fiscaliza, ninguém presta conta direito. São R$ 118 bilhões pagos em emendas só nos últimos cinco anos. Isso mesmo: cento e dezoito bilhões de reais. E parte desse valor está indo direto pra pagar em dólar profissionais no exterior. E o pior: muitos dos parlamentares envolvidos são do partido que se diz conservador, evangélico e defensor dos “valores cristãos”. O tal do Republicanos, de onde saíram sete dos dez nomes que mais indicaram recursos para fora do Brasil. Entre eles: Maria Rosas (SP), Rosangela Gomes (RJ) e Gilberto Abramo (MG), o líder da bancada.

É claro que eles juram que só atenderam a um pedido do Itamaraty, e que estão fazendo um bem danado para as brasileiras em situação de vulnerabilidade no exterior. É sempre assim. Quando o escândalo estoura, ninguém tem culpa, ninguém sabe de nada, e todo mundo fez tudo por “amor ao próximo”. Engraçado como esse amor ao próximo sempre envolve contratos gordos, cargos de confiança e depósitos polpudos.

E olha só que curioso: segundo a reportagem da Folha, até agora, 75 pessoas físicas ou jurídicas embolsaram R$ 2,3 milhões com essas emendas internacionais. Muitos desses profissionais atuam nos chamados “Espaços da Mulher Brasileira”, criados para ajudar imigrantes em situação de risco. Uma ideia até bonita, se fosse feita com planejamento, transparência e, acima de tudo, sem politicagem. Mas você sabe bem como isso funciona por aqui. Transformar um projeto social em trampolim político é quase uma arte nacional.

Um funcionário consular ouvido pela jornalista Júlia Barbon foi direto ao ponto: chamou o uso dessas emendas de “puxadinho orçamentário”. Segundo ele, o dinheiro está sendo bem utilizado. Pode até ser que, no caso dele, sim. Mas a pergunta que não quer calar é: desde quando a diplomacia brasileira virou refém de emenda de deputado? Isso não é puxadinho, é gambiarra institucional.

E, no meio de tudo isso, onde fica o brasileiro que paga imposto no Brasil? O agricultor que precisa de estrada pra escoar produção? O hospital que não tem leito? A escola que está caindo aos pedaços? A fila da cirurgia no SUS? A segurança pública abandonada? Esses ficam com as migalhas, enquanto o grosso do dinheiro é desviado, por meio de artimanhas legais, para beneficiar meia dúzia de projetos no exterior, longe dos olhos e da fiscalização do cidadão comum.

Principais beneficiários de emendas usadas no exterior

Valores pagos entre 2020 e 2025, em R$ milhares

BeneficiárioDescriçãoValor
ONUContribuição obrigatória4.083
Tribunal Penal InternacionalContribuição obrigatória4.083
Escritório da ONU para Serviços de Projetos (Unops)Apoio logístico a cooperação humanitária2.094
Farm House of Creativity (agência de eventos)Pavilhão brasileiro na Feira do Livro de Bogotá515
Apoio à Mulher Brasileira no Exterior (Ambe)Serviço de assistência psicológica394
Organização Internacional do Café (OIC)Grupo que reúne governos exportadores e importadores333
Virna Bars MorettiPsicóloga no Consulado de Miami280
Art Review Ltd (revista de arte)Divulgação de ações artísticas da diplomacia brasileira242
Fundação de Apoio à Universidade do Rio Grande (Faurg)Apoio a pesquisa científica na Antártida223
Danielly Garcia OrtizConsultoria ao Espaço da Mulher no Consulado de NY217
Stephanie Marcela Ferreira RicardoConsultoria ao Espaço da Mulher no Consulado de NY191
Juliana Robe Pereira Ávila LoboApoio administrativo e técnico179
Indexport Messe Frankfurt S.A. (produtora de feiras)Reuniões entre importadores argentinos e empresas brasileiras168
Vinícius Venturini de OliveiraPsicólogo no Consulado de Madri166
Ana OrnelasPsicóloga no Consulado de Boston141

Fonte: Portal da Transparência do Governo Federal

Você, conservador, precisa entender o jogo. Essa máquina estatal inchada, corrompida e dissimulada, tanto com Lula quanto com Bolsonaro, continua drenando recursos públicos para interesses paralelos. E mais: agora até a ONU — sim, aquela que já sugeriu descriminalizar drogas, aborto e prostituição — está sendo bancada com emendas parlamentares brasileiras. Já viu isso em algum país sério?

É por isso que você precisa acordar. Porque enquanto você se preocupa com a pauta de costumes, com a educação dos filhos e com a moral da sociedade, eles estão lá — sorrateiramente — pegando o seu dinheiro e enviando para pagar salário de psicóloga em Miami. O discurso é sempre o mesmo: é para o bem da pátria. Mas no fim, é só mais uma forma de manter o sistema funcionando — não em favor do povo, mas em favor dos próprios políticos e seus conchavos internacionais.

Não se engane. Isso não é política pública. Isso é aparelhamento globalista com dinheiro público. É o Estado brasileiro, que já mal funciona internamente, querendo posar de “protetor humanitário” lá fora. É o teatro da ONU financiado por quem deveria estar cuidando da infraestrutura do Acre, da segurança no Ceará e da saúde em Alagoas. Tudo com o seu dinheiro.

A verdade, meu amigo, é que se você não ficar atento, vão continuar enfiando a mão no seu bolso e mandando seu suor para pagar consultoria em Nova York. E o pior: tudo dentro da legalidade. Porque no Brasil, quando não dá pra roubar na cara dura, se cria uma lei que torna o absurdo aceitável. Ou, neste caso, constitucional.

Então sim, você precisa se indignar. Precisa cobrar. Precisa denunciar. E, principalmente, precisa entender que isso tudo só continua acontecendo porque existe uma máquina por trás — bem articulada, bem financiada e muito bem protegida. Mas, acima de tudo, porque existe um povo que ainda não aprendeu a dizer “basta” com força suficiente.

Esse é o retrato do Brasil que você vive hoje: um país que financia psicólogo em Miami enquanto falta soro na UPA da sua cidade. Um país onde deputados destinam milhões para a ONU, mas não sabem dizer onde estão os respiradores que sumiram durante a pandemia. Um país que não tem vergonha de desviar, nem disfarce para mentir.

E agora você sabe. Sabe o que estão fazendo com o seu dinheiro. Sabe os nomes, os partidos e os caminhos por onde tudo passa. O que você vai fazer com essa informação, é com você. Mas fingir que está tudo bem, não dá mais.

Com informações Folha de S.Paulo

Leandro Veras

Editor do Conservadores Online, é cristão, conservador e analisa os bastidores da política com visão crítica e firmeza.

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