Davi Alcolumbre escolhe Omar Aziz para presidir a CPMI do INSS no Senado

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O Brasil acordou mais uma vez com aquela notícia que não surpreende ninguém, mas mesmo assim consegue deixar qualquer cidadão de bom senso com aquele gosto amargo na boca. A manchete? “Davi Alcolumbre define que Omar Aziz presidirá a CPMI do INSS”. Sim, você não leu errado. O mesmo Omar Aziz, aquele que protagonizou o circo de horrores da CPI da Covid, está de volta — agora com um novo script, mas com a mesma trupe, a mesma maquiagem e, claro, a mesma palhaçada.

Quando falamos em CPMI, o brasileiro já se prepara. Espera tudo, menos investigação séria. Espera espetáculo. Espera teatrinho. Espera escândalos seletivos. E, acima de tudo, espera que nada mude no fim. A fórmula é conhecida: nomes escolhidos a dedo, a mídia tradicional dando aquele empurrãozinho conveniente, e os brasileiros — aqueles que realmente pagam a conta — assistindo passivos, como se estivessem vendo mais um capítulo de uma novela que já sabem o final.

Mas a escolha de Omar Aziz tem um toque especial. É quase como se o sistema estivesse rindo na cara do povo. Afinal, ele não é apenas mais um senador qualquer. Ele é o “homem da CPI”, o “líder do circo”, o “xerife da cloroquina”, aquele que tratou médicos como criminosos e senadores da oposição como hereges. Sim, é este senhor que agora vai “investigar” as fraudes no INSS. E aí a gente se pergunta: o que pode dar errado?

Se levarmos em conta o histórico da CPI da Covid, a resposta é simples: absolutamente tudo.

Aquela CPI, lembram? Aquela mesma que começou como “investigação” e terminou como palanque político para atacar Jair Bolsonaro e qualquer voz conservadora no país. Aquela que mirou nos governistas e ignorou solenemente os desvios bilionários nos estados governados pela esquerda. Aquela que tentou de todas as formas quebrar, calar e censurar produtores independentes como a Brasil Paralelo, simplesmente porque ousaram produzir um documentário com narrativa diferente da oficial.

E agora, adivinhe só? Ele volta, recarregado, para “apurar irregularidades” na Previdência. Claro, porque se tem alguém com moral para isso, é ele. Alguém aí lembra da gestão de Omar Aziz como governador do Amazonas? Ah, pois é. Melhor esquecer.

O que está em jogo aqui não é apenas uma nova CPMI, é a repetição de uma fórmula podre, reciclada, mas que ainda funciona para um sistema que depende do caos para manter o controle. E o INSS, diga-se de passagem, é uma mina de ouro para esse tipo de operação. É um órgão gigantesco, abarrotado de processos, recheado de brechas e fraudes reais — sim, reais — que mereciam ser combatidas com seriedade.

Mas sejamos honestos: ninguém ali está interessado em combater coisa alguma.

O que querem é holofote, é palco, é discurso indignado com voz embargada. E se puderem arrastar junto mais uma meia dúzia de conservadores para o cadafalso, melhor ainda. Já dá para ouvir os discursos preparados: “Estamos aqui para proteger os recursos da Previdência!”, “Os culpados devem pagar!”, “O povo merece respostas!”. Tudo muito ensaiado, muito emotivo, com aquele toque de indignação seletiva que já virou marca registrada.

Aliás, já podemos prever até os alvos. O INSS está no meio de um processo de digitalização e enxugamento que vem desagradando muita gente acostumada com a velha burocracia. E se há algo que a esquerda odeia mais do que a eficiência, é perder seus feudos. Vai ser lindo ver Aziz se levantando para “denunciar” a automatização dos processos como uma “ameaça ao trabalhador”. Claro, porque o caos controlado sempre foi muito mais útil politicamente.

Mas o que realmente escancara a farsa é o apoio da velha imprensa. A mesma que batia palmas para cada absurdo da CPI da Covid, que celebrava cada queima pública de reputações, e que agora trata essa nova CPMI como um avanço civilizatório. São os mesmos colunistas, os mesmos “especialistas” e os mesmos analistas que jamais colocam o dedo na ferida quando ela fede do lado deles.

A Brasil Paralelo, por exemplo, virou símbolo de resistência justamente por ousar fazer perguntas que a grande mídia se recusa a fazer. Durante a CPI da Covid, foi tratada como inimiga do Estado. Seu sigilo foi quebrado por “suspeitas de financiamento paralelo de desinformação”. O crime? Produzir conteúdo que confrontava a narrativa oficial. E agora, com Aziz novamente à frente, o que os conservadores podem esperar? Mais perseguição? Mais dossiês? Mais quebras de sigilo arbitrárias?

A resposta, infelizmente, é sim.

Porque essa não é apenas uma CPMI. É uma guerra simbólica. Uma forma de reafirmar quem manda e quem deve calar. E se você é conservador, cristão, empresário ou simplesmente um brasileiro que ousa pensar fora da caixa, o recado é claro: você está na mira.

Tudo isso, claro, com a chancela de figuras como Davi Alcolumbre, o “grande articulador”, aquele que acha que a presidência do Senado é um trono vitalício e que distribui cargos como quem distribui pirulitos em festa infantil. Alcolumbre, aliás, é um exemplo clássico da política brasileira: não se destaca por ideias, por projetos, por coerência… mas pelo controle. E nada controla melhor do que uma CPMI feita sob medida.

E vamos combinar: o timing é perfeito. O governo federal vive um momento de crise de credibilidade, a economia patina, a popularidade do presidente derrete e a base no Congresso não se sustenta nem com cimento e vara de ferro. O que fazer? Criar uma comissão para gerar manchetes, para desviar a atenção, para “mostrar trabalho”. De quebra, colocam um fiel escudeiro no comando — alguém que já provou sua lealdade ao script.

Essa CPMI não vai resolver nada. Não vai melhorar o INSS. Não vai devolver dinheiro roubado. Não vai cortar fraudes. Não vai punir ninguém com influência. Vai servir, no máximo, para produzir alguns relatórios pomposos, algumas entrevistas emocionadas e, claro, muita fumaça. E no final, como sempre, os verdadeiros culpados — os que se beneficiam do desgoverno — sairão ilesos.

Enquanto isso, o brasileiro comum segue esperando aposentadoria, enfrentando filas, tentando resolver burocracias absurdas com sistemas instáveis. Mas nada disso importa, porque isso não dá voto, não gera like, não lacra. O que importa é o show.

A CPMI do INSS será um espetáculo. Mas um espetáculo decadente. Um replay melancólico de um teatro político que perdeu qualquer conexão com a realidade. É o Brasil sendo o Brasil, sob os refletores, com o povo na plateia — mudo, pasmo e cada vez mais impotente.

Prepare-se para mais um ato. Omar Aziz está no palco. E os palhaços, dessa vez, não estão no picadeiro. Estão aplaudindo da tribuna.

Leandro Veras

Editor do Conservadores Online, é cristão, conservador e analisa os bastidores da política com visão crítica e firmeza.

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