
Ah, os heróis de sempre da imprensa militante estão de volta! Agora com um roteiro digno de seriado Netflix. Segundo o brilhante artigo de José Augusto Limão, do Metrópoles, o Brasil está prestes a ser destruído por uma conspiração de… bancos, INSS, Dataprev e, claro, a própria União. Tudo isso porque — veja só — houve “descontos indevidos” de empréstimos consignados de cidadãos “hipervulneráveis”. Pausa dramática e música de tensão ao fundo.
A matéria, publicada com todo o suspense de um thriller jurídico-social, nos apresenta a Defensoria Pública da União (DPU) como o novo cavaleiro branco da justiça popular. Eles, os defensores dos oprimidos, os paladinos das minorias, estão agora processando a União, o INSS e a Dataprev porque — atenção para o enredo — houve casos de fraudes em empréstimos consignados.
O que os leitores da esquerda mimada não percebem (ou fingem não perceber) é que o problema de fraudes e vazamento de dados em órgãos públicos não começou ontem. Não começou com a atual gestão. Não começou com o suposto “desmonte do Estado”. Isso vem de décadas de um modelo estatal hipertrofiado, lento, ineficiente e, vamos falar a verdade? Contaminado até a raiz pela cultura da burocracia inoperante, que a esquerda tanto defende. Sim, aquela máquina pública que os mesmos esquerdistas passam a vida idolatrando, agora é o vilão da vez.
A DPU, com sua costumeira ânsia por manchetes, parece ter esquecido de olhar para o próprio histórico das administrações que contribuíram para este cenário de fragilidade de dados. Onde estava a Defensoria quando o Brasil bateu recordes de vazamento de dados durante os governos petistas? Onde estavam os artigos de preocupação social de José Augusto Limão naquela época? Ah, desculpe… Devia ser falta de pauta ou medo de contrariar os amiguinhos de redação.
E vamos combinar: o que mais chama a atenção nessa reportagem não é a denúncia em si. É o tom emocionalmente militante, com aquela velha narrativa de “povo hipervulnerável”, como se todo brasileiro fosse um eterno incapaz, um coitado que precisa ser carregado no colo pelo Estado até o fim da vida. Esse é o retrato perfeito da mentalidade paternalista da esquerda. Tudo bem que os golpes devem ser combatidos e que fraudes são crimes, mas transformar isso em uma guerra política contra a União? Isso já é outro nível de manipulação.
O texto fala de “violação de direitos fundamentais”, “uso indevido de dados pessoais”, “coleta irregular de biometria”, e por aí vai. Só faltou culparem o neoliberalismo, o agronegócio, o aquecimento global e, claro, o Jair Bolsonaro, porque, afinal de contas, em algum momento tudo termina em Bolsonaro para eles. Spoiler: desta vez nem precisaram. Mas a vontade estava lá.
O mais irônico de tudo é ver a imprensa de extrema-esquerda, que até ontem lutava por um Estado cada vez maior, agora colocando o próprio Estado no banco dos réus como se fossem liberais preocupados com o excesso de intervenção pública. Que teatrinho patético. Quem lê, quase acredita que a DPU e o Metrópoles são entusiastas do livre mercado, da privatização e da redução da máquina estatal. Ah, a hipocrisia!
Outro detalhe saboroso: a matéria enche a boca para falar de “consentimento violado”. Interessante notar como a esquerda brasileira só descobre o valor da liberdade individual quando lhe convém. Quando o tema é vacinação obrigatória, censura de redes sociais ou controle estatal de informação, aí ninguém se importa com o tal do consentimento. Mas quando o alvo é um órgão público de um governo que eles detestam… aí a defesa dos direitos individuais vira prioridade de primeira hora.
É lindo de ver. De chorar de rir, na verdade.
Mas vamos falar sério agora: ninguém aqui está defendendo fraude. Quem comete crime, tem que pagar. Se houve erro sistêmico, cabe investigação. Se houve servidor público conivente com esquema, que seja responsabilizado. Isso é o básico. Agora, transformar isso num espetáculo midiático com ares de “fim da democracia” é ridículo.
O problema real é outro, amigos: o Estado inchado e desgovernado que os próprios militantes de esquerda ajudaram a criar. Um Estado que hoje sequer consegue proteger os próprios dados dos cidadãos. Um Estado que empurrou o INSS para a beira do colapso, graças a anos de gestões populistas, de aparelhamento político, e de políticas públicas focadas em agradar bases eleitorais ao invés de proteger o contribuinte.
E o mais engraçado é que a matéria faz questão de citar “uso indevido de dados biométricos”, como se fosse uma novidade. Alguém avisa a redação do Metrópoles que o Brasil é líder mundial em vazamento de dados públicos? A lista de vazamentos só cresce: Ministério da Saúde, Receita Federal, e até o próprio INSS já figuraram nas páginas de escândalos. Nada disso é surpresa para quem acompanha o debate com seriedade — o que exclui, naturalmente, boa parte da redação de veículos como o Metrópoles.
E enquanto a DPU segue sua cruzada por manchetes e lacração, o cidadão de bem, que paga imposto, que trabalha, que vive com o que sobra no final do mês, segue refém dessa estrutura paquidérmica chamada Estado brasileiro. Quem de fato sofre com o sistema são os que dependem de um serviço público minimamente eficiente, mas isso ninguém da imprensa lacradora vai escrever. Porque falar mal da herança da esquerda? Jamais, né?
O mais triste é que no final das contas, o brasileiro médio, aquele que acorda cedo, trabalha e depende de aposentadoria ou de um salário mínimo, vai pagar a conta dessa palhaçada toda. E sabe o que vai acontecer? Nada. Daqui a um mês, essa mesma imprensa estará publicando nova matéria sensacionalista, desta vez sobre outro “escândalo estrutural” envolvendo o governo federal.
Porque essa é a lógica da extrema-esquerda: transformar cada erro de sistema, cada falha burocrática e cada caso isolado em uma narrativa política contra o atual governo, enquanto convenientemente esquecem de mencionar os anos de aparelhamento estatal que eles próprios fomentaram.
Para o leitor de bom senso, fica aqui o convite à reflexão: será que a solução para o problema das fraudes no consignado é mais Estado, mais regulação, mais intervenção e mais Defensoria Pública? Ou será que está na hora de enxugar a máquina, privatizar o que for possível, responsabilizar os verdadeiros culpados e proteger de fato o cidadão, sem precisar de show midiático?
Fica o questionamento. Mas sabemos que, para os militantes de redação, o que importa mesmo é o clique fácil, a manchete de impacto e o teatro da vitimização.
E assim segue o Brasil: com uma imprensa histérica, um Estado inchado e uma esquerda que finge lutar contra os próprios monstros que criou.
Com informações Metrópoles