Farra bilionária no INSS: “Empresas de Paulo Octávio movimentaram R$ 1 bi”, diz Coaf

newsletter Conservadores Online

Os bastidores da política e conteúdos exclusivos

Ao clicar em Assinar, concordo com os  e a do Conservadores Online e entendo que posso cancelar as assinaturas do Conservadores Online a qualquer momento.

Ah, Brasília… esse santuário da transparência e da moralidade pública. Um verdadeiro spa para almas abnegadas que jamais colocariam um centavo fora do lugar — principalmente se o lugar for o bolso alheio. E quem volta aos holofotes? Sim, ele mesmo: Paulo Octávio, eterno nome das entrelinhas políticas do Distrito Federal, agora estrelando um novo capítulo da série que ninguém mais tem coragem de dizer que é ficção: “Farra do INSS — o golpe que você pagou sem saber”.

Segundo matéria da jornalista Isadora Teixeira, do portal Metrópoles, duas empresas do empresário movimentaram a singela quantia de R$ 1 bilhão em transações consideradas “suspeitas” pelo Coaf. Ah, sim, suspeitas. Aquele tipo de suspeita que você sente quando o vizinho desempregado troca de carro três vezes no ano e ainda viaja pra Dubai. Só que neste caso, o vizinho é uma incorporadora, o carro é uma fortuna em reais, e a viagem é um passeio completo pelos meandros do Conselho de Controle de Atividades Financeiras — o nosso Coaf, que quando aparece, é porque a farra já foi grande.

Entre 2019 e 2020, a Paulo Octávio Investimentos Imobiliários fez R$ 911 milhões passarem por suas contas como se fossem cafezinhos em padaria. Enquanto isso, a Paulo Octávio Imobiliária e Administradora se contentou com a humilde quantia de R$ 130 milhões em 2021. Mas é claro que é tudo normal, né? Afinal, quem nunca movimentou um bi entre um almoço e outro?

O que chama a atenção — além do valor pornográfico — é que essas movimentações foram apontadas pelo Coaf justamente por estarem recheadas daquele perfume típico que lembra lavagem de dinheiro. Só um cheirinho, nada confirmado. Um aroma sutil, quase poético, dessas coincidências que Brasília tanto cultiva. E detalhe: as empresas de Paulo Octávio figuram no mesmo relatório que entidades investigadas pelo escândalo de descontos ilegais nas aposentadorias do INSS.

Sim, você leu certo: INSS. Aquele órgão onde você espera 8 anos por uma perícia para comprovar que perdeu uma perna. Agora imagina descobrir que, enquanto você tenta sobreviver com R$ 1.412 por mês, tem figurão fazendo transações de nove dígitos sob suspeita de fraude no mesmo sistema.

Mas calma, não vamos nos precipitar. Porque, segundo a assessoria de imprensa do grupo Paulo Octávio, “nenhuma empresa do grupo é parte no processo mencionado”. Ufa! Agora sim estamos tranquilos. Porque se a assessoria disse, quem somos nós pra duvidar, né? A nota segue afirmando que as movimentações não estão em discussão ou dúvida. Tudo absolutamente normal, trivial mesmo. Tipo comprar pão e sair com um bilhão no bolso.

E quem aparece também nesse samba? Nada mais, nada menos que o célebre Milton Salvador de Almeida Júnior, sócio de Paulo Octávio e, veja só que beleza, também sócio de Antonio Carlos Camilo Antunes, o famoso “Careca do INSS”. Sim, é isso mesmo: Careca do INSS. Porque se fosse um roteiro de filme, o roteirista seria demitido por falta de sutileza. O apelido já resume a trama.

O tal Careca é acusado de fazer o que há de mais patriótico na política moderna: pagar propina a diretores do INSS para facilitar o esquema bilionário de descontos ilegais em aposentadorias. Um Robin Hood reverso, que tira dos pobres para dar aos amigos. E Milton Júnior? Aquele que tem o nome de boy band gospel? Ele aparece como sócio do Careca em oito empresas, sendo que pelo menos três estão sendo investigadas. Um verdadeiro CVL — Currículo Vigoroso de Lavação.

Mais? Tem sim. Segundo as investigações, empresas e contas ligadas ao nosso querido Milton Júnior mandaram R$ 13,3 milhões para gente próxima de servidores do INSS e outros colegas do suposto esquema. Tudo muito discreto, claro. Porque movimentar esse valor e continuar sendo visto como um “empresário de visão” é um talento que poucos dominam.

E olha que coisa fofa: Prospect Consultoria, Acca Consultoria e até a Truetrust Call Center (aquela que provavelmente nunca te atendeu quando você precisava) aparecem no relatório do Coaf. E adivinha com quem elas dividiram espaço no papel timbrado? Isso mesmo: com as empresas do Paulo Octávio. Coincidência? Segundo a nota oficial da assessoria, absolutamente. Eles chamam isso de “irresponsáveis ilações e insinuações”.

A nota, aliás, é uma obra-prima de negação. Uma verdadeira epístola de indignação. Com direito a ameaças veladas de responsabilização de quem ousar comentar — tipo esta matéria, por exemplo. Tudo muito democrático. Porque expor dados financeiros suspeitos, mesmo que em um relatório oficial do Coaf e anexado a um inquérito da Polícia Federal, é uma audácia, convenhamos. Ainda mais quando o nome citado tem a elegância institucional de um Paulo Octávio.

Mas não se preocupe: o próprio juiz do processo decretou sigilo sobre os dados. E como todos sabem, o sigilo é o maior aliado da transparência — só que não. Afinal, no Brasil, sigilo é igual a segurança de Estado. Especialmente quando o Estado somos nós. O povo? Esse que lute.

A real é que, enquanto os brasileiros honestos travam batalhas diárias com boletos, inflação e juros de cartão que dariam um filme de terror, os “empreendedores de sucesso” continuam passeando livremente pelos corredores do poder e pelos relatórios do Coaf. E sempre com a mesma tática: “eu não sei de nada, minha empresa não tem nada a ver com isso, e quem insinuar o contrário vai pagar caro”. A culpa, como sempre, é da imprensa — ou da sua cabeça que “interpretou mal”.

Agora, vamos combinar: movimentar um bilhão de reais em empresas ligadas a alguém que tem sócio envolvido com o Careca do INSS e ainda sair como vítima de especulação é quase uma arte. É como assistir a um mágico tirando o coelho da cartola… só que o coelho é o seu futuro, e a cartola é o buraco negro do sistema previdenciário.

Ah, Brasil… esse país onde o pobre se aposenta doente, o médio paga a conta, e o rico movimenta cifras astronômicas “sem relação com os fatos em apuração”. Apenas um detalhe técnico, diriam os advogados. Um bilhão pra lá, treze milhões pra cá, e seguimos em frente, na eterna passarela da impunidade.

Mas você, brasileiro raiz, trabalhador honesto e conservador convicto, não desanime. Afinal, o problema nunca está nos “grandes empresários”. Eles estão apenas cuidando dos “seus negócios”, como bons capitalistas que são. A culpa, claro, é sua, por acreditar que aposentadoria é direito e não uma ficção contábil. Continue ralando, economizando, e confiando que um dia o INSS vai te pagar de volta com juros e correção. Spoiler: não vai.

No final, fica a dúvida: o que é mais escandaloso? O fato de duas empresas ligadas a um figurão movimentarem quase R$ 1 bilhão em operações suspeitas relacionadas ao maior escândalo previdenciário do país? Ou a resposta protocolar, gelada e ameaçadora de que “não temos nada a declarar”?

Pois é. No Brasil, não basta roubar a esperança. É preciso calar quem ousa gritar.

Com informações Metrópoles

Leandro Veras

Editor do Conservadores Online, é cristão, conservador e analisa os bastidores da política com visão crítica e firmeza.

Você vai gostar em ficar sabendo

⚠️ Comentários que violarem as regras da Política e Privacidade, poderão ser moderados ou removidos sem aviso prévio. Este é um espaço para quem valoriza a verdade, o conservadorismo e a ordem. Se concorda com isso, seja bem-vindo ao debate! 🚀

Destaques

plugins premium WordPress