
Flávio Dino, ex-governador do Maranhão, agora veste a toga no Supremo Tribunal Federal, mas parece ter deixado a imparcialidade no palanque de campanha. Em uma decisão no mínimo curiosa – para não dizer vergonhosa –, o ministro resolveu suspender a ação contra o ex-ministro de Lula, Juscelino Filho, acusado de nada menos que desvio de recursos públicos, fraude em licitações, corrupção e organização criminosa. O motivo? O réu precisa “ter acesso à íntegra das provas”. Parece justo, não é? Seria, se a mesma lógica jurídica valesse para todos. Mas, como de costume, ela só vale para quem está do lado certo da ideologia dominante.
Menos de um mês atrás, o mesmo Flávio Dino, com a mesma toga, o mesmo CPF e o mesmo discurso técnico, negou a Jair Bolsonaro o acesso à íntegra das provas no caso da narrativa do suposto “golpe de Estado”. Uma acusação, diga-se de passagem, que até agora não apresentou um mísero indício concreto que possa ser chamado de “prova”. Só que, no caso de Bolsonaro, Dino não viu necessidade de transparência. Afinal, estamos falando do “inimigo número um do sistema”, aquele que ainda tira o sono da esquerda mesmo longe do Palácio do Planalto.
O contraste escancara o que todos nós, conservadores, já sabíamos: o Supremo Tribunal Federal não é mais um tribunal imparcial. Virou um bunker ideológico, um braço jurídico da militância progressista e um bastião da blindagem petista. Sim, o STF virou escritório de advocacia do PT, com toga, ar-condicionado e tapete vermelho.
Agora pare e pense comigo. Você, cidadão comum, consegue imaginar um réu acusado de corrupção, organização criminosa e desvio de verbas públicas conseguir paralisar uma ação penal com base em um “detalhe processual”? Se o nome dele for Juscelino Filho, e ele tiver sido ministro de Lula, não só é possível como é prática recorrente. Mas se o nome dele for Jair Bolsonaro, aí a coisa muda de figura. Direito de defesa? Só se for para os amigos do rei.
A pedido da defesa do ex-ministro de Lula (PT) Juscelino Filho, deputado pelo Maranhão, o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino, ex-governador do Estado, suspendeu a ação na qual Juscelino responde por desvio de recursos públicos, fraude em licitações, corrupção e… pic.twitter.com/o8gzhrnjCM
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 15, 2025
E não adianta tentar maquiar com palavras bonitas ou jargões jurídicos. A decisão de Dino é flagrantemente política. Não se trata de garantias constitucionais. Trata-se de quem merece a proteção do sistema e quem deve ser triturado por ele. É uma justiça seletiva, aplicada com lupa de esquerda, onde o veredito é dado antes da análise das provas – e antes mesmo de saber se há provas.
É curioso notar como a imprensa tradicional, sempre tão ávida em perseguir qualquer fio de cabelo fora do lugar no universo bolsonarista, se cala diante dessa contradição gritante. Ninguém no Jornal Nacional parece achar estranho que o mesmo ministro do STF tenha adotado dois pesos e duas medidas em menos de trinta dias, favorecendo claramente um aliado político e prejudicando um adversário ideológico.
Agora eu te pergunto: isso é justiça? Ou é um teatro de marionetes onde o script já foi escrito em gabinetes com livros vermelhos nas estantes?
É inegável que o Brasil vive um momento extremamente delicado em termos de liberdades individuais, equilíbrio entre os poderes e transparência institucional. O que estamos presenciando é a consolidação de uma República de exceção seletiva, onde a Constituição serve mais como peça decorativa do que como regra a ser seguida.
A atitude de Flávio Dino é sintomática de um sistema podre, que trata seus aliados com luvas de pelica e seus adversários com porrete de ferro. E o pior: tudo feito sob o verniz da legalidade. O discurso técnico serve para maquiar a perseguição, mas quem tem olhos para ver, enxerga a armadilha montada.
Não é exagero dizer que vivemos uma espécie de ditadura institucionalizada. Não é uma ditadura escancarada, com tanques nas ruas ou censura explícita. É uma ditadura do Judiciário, sutil, burocrática, sorrateira. Uma ditadura que aprendeu a vestir terno, falar difícil e se esconder atrás de interpretações convenientes da lei.
Enquanto isso, o povo assiste atônito à desmoralização completa das instituições. Quem deveria garantir a ordem virou o arquiteto do caos. Quem deveria ser imparcial virou militante. E quem ousa contestar é rotulado de antidemocrático, golpista ou extremista.
Você consegue confiar num sistema onde a balança da justiça está torta de propósito? Onde ministros do STF escolhem quando aplicar a Constituição com base em quem é o réu?
O caso Juscelino Filho é apenas mais uma página do livro da hipocrisia nacional. Um livro extenso, com vários volumes, escrito a várias mãos – todas com cheiro de Brasília e ideologia. O problema é que essa história está sendo escrita com o sangue da nossa democracia.
Hoje, é Bolsonaro quem tem seus direitos negados. Amanhã, pode ser você. Porque quando o arbítrio ganha toga, ninguém está seguro. E quando o sistema decide quem pode ou não ter acesso à própria defesa, a liberdade vira concessão e a justiça, opressão.
Não se trata apenas de defender um nome. Trata-se de defender um princípio fundamental: o de que todos são iguais perante a lei. Algo que, convenhamos, já virou piada de mau gosto neste país, principalmente quando se observa o tratamento vip dado à esquerda e o tratamento de linchamento dado aos conservadores.
Você quer um exemplo claro de como o Brasil caminha para uma autocracia institucionalizada? Observe o comportamento de figuras como Alexandre de Moraes e agora Flávio Dino. Eles decidiram que podem tudo: censurar, prender, julgar, acusar e negar direitos. E tudo isso em nome da “democracia”, essa palavra que virou escudo para qualquer abuso de poder.
O que temos no Brasil, hoje, é uma guerra silenciosa entre um povo que ainda acredita na Constituição e instituições que só a respeitam quando convém. E nessa guerra, as armas são canetas, despachos e decisões monocráticas. Mas os danos são tão devastadores quanto os de qualquer conflito armado: a destruição da confiança pública.
E aqui vai um recado direto para os ministros que acham que são intocáveis: o povo brasileiro está acordando. Está vendo. Está registrando. E, cedo ou tarde, vai reagir. Porque nenhuma ditadura disfarçada resiste ao despertar de uma nação.
Nós, conservadores, não vamos nos calar. Não vamos assistir passivamente à destruição da legalidade em nome de um projeto de poder. Não aceitaremos que a Justiça seja usada como ferramenta de perseguição política.
O caso de Juscelino e Bolsonaro escancara que o problema do Brasil não é falta de leis – é falta de vergonha na cara de quem as aplica. E enquanto os tribunais forem comandados por homens que confundem toga com trincheira ideológica, não haverá segurança jurídica. Haverá apenas um jogo de cartas marcadas, onde os “amigos do rei” sempre saem impunes e os adversários sempre pagam a conta.
E se tem algo que você, leitor, precisa entender é que essa luta não é só de Bolsonaro. É de todos nós. Porque hoje é ele quem está na mira. Mas amanhã, pode ser qualquer brasileiro que ouse discordar da nova elite togada.
Então, respire fundo e reflita. Será que ainda estamos numa democracia? Ou já migramos, sem perceber, para um regime onde o poder absoluto se concentra nas mãos de poucos – e sempre dos mesmos?
Enquanto isso, a máquina continua rodando. O sistema segue protegendo os seus. E nós? Seguimos resistindo. Porque não existe liberdade sem coragem, e não há justiça sem verdade.