Gleisi Hoffmann acusa Bolsonaro de conspiração com os EUA contra Moraes

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A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), voltou aos holofotes com mais uma de suas declarações recheadas de indignação seletiva e hipocrisia política. Em uma publicação nas redes sociais, ela criticou duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro por supostamente conspirar com a “extrema-direita dos EUA” e tentou transformar uma suposta fala do secretário de Estado americano em ameaça direta à democracia brasileira. O objetivo? Construir mais uma narrativa emocional para defender o indefensável: a atuação de um ministro do Supremo Tribunal Federal que ela mesma, no passado, qualificou como “prejudicial à democracia”.

Mas vamos por partes.

A verborragia de Gleisi Hoffmann contra Bolsonaro tenta vender a ideia de que há uma conspiração internacional para pressionar o Judiciário brasileiro. O alvo da vez? O ministro Alexandre de Moraes, o mesmo que, em 2017, foi duramente criticado por ela durante sua sabatina para o STF. Não por acaso, a então senadora do PT afirmou com todas as letras que Moraes era um “militante partidário” e promovia “perseguição política” à oposição. Chegou a citar o episódio da repressão a protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff, afirmando que ele representava riscos à estabilidade democrática do país. Soa familiar?

A retórica usada agora é totalmente oposta. De acusador a defensor. De crítico contundente a escudeiro leal. De quem falava em “insegurança e temor” pela ida de Moraes ao STF, agora ouvimos um apelo inflamado em nome da justiça e da soberania nacional. É preciso ter muito estômago — ou uma memória extremamente curta — para não enxergar o absurdo dessa guinada.

Na sabatina que aconteceu em fevereiro de 2017, Gleisi deixou claro que não confiava em Alexandre de Moraes, justamente por sua filiação ao PSDB e por seu histórico como ministro da Justiça do governo Michel Temer. Ela chegou a sugerir que ele se declarasse suspeito para julgar causas envolvendo o PT e os processos relacionados à Lava Jato, dado o claro conflito de interesses e a desconfiança pública. A fala da senadora era baseada em um raciocínio lógico: um agente político não pode se transformar em juiz imparcial da noite para o dia. E nesse ponto, ela tinha razão.

Mas como em tudo que envolve o PT, a coerência é artigo raro. Quando os ventos mudam, muda também a narrativa. Moraes, que antes era o risco institucional, virou herói democrático. E qualquer crítica a ele — agora blindado pelo sistema — é automaticamente tratada como “ataque à democracia”. Qual democracia? A que fecha jornais? A que prende opositores políticos? A que censura redes sociais? A que impede investigações sobre seus próprios atos?

A tentativa de associar Bolsonaro a uma conspiração internacional com os Estados Unidos soa mais como um delírio mal roteirizado do que uma denúncia séria. E mesmo que houvesse qualquer tentativa de pressionar ou denunciar o Supremo Tribunal Federal fora do país, vale lembrar que a diplomacia internacional é um campo aberto à crítica e à intervenção, especialmente quando os direitos humanos e a liberdade de expressão estão em jogo. Afinal, se o PT pôde denunciar o Brasil na ONU após o impeachment de Dilma Rousseff, por que a direita não pode fazer o mesmo diante de abusos do Judiciário?

O mais estarrecedor é ver que Gleisi Hoffmann tenta se posicionar como guardiã da moral institucional, mesmo com seu currículo político manchado por investigações, denúncias e uma trajetória marcada por alianças questionáveis. O partido que ela comanda, o PT, foi o mesmo que institucionalizou a corrupção no país, destruiu a economia nacional, afundou o país em recessão e protagonizou o maior escândalo de lavagem de dinheiro da história: o Petrolão.

Quando Gleisi fala em “estado de direito”, soa como ironia. Afinal, seu partido passou anos tentando desmontar o sistema judiciário, aparelhando instituições e sufocando a independência dos poderes. E agora, quando vê seus interesses protegidos por membros do Supremo, brada contra qualquer crítica como se fosse um crime de lesa-pátria.

Não é preciso ser bolsonarista, nem mesmo conservador, para identificar a gravidade dessa inversão de valores. A crítica ao STF não é nova, tampouco é exclusiva da direita. A própria Gleisi, como já vimos, criticou Alexandre de Moraes por seus vínculos partidários. Portanto, rotular qualquer questionamento como golpismo é, no mínimo, desonesto. No máximo, um mecanismo de censura travestido de zelo institucional.

Essa inversão de papéis — onde o juiz é exaltado por quem antes o combatia, e o crítico é silenciado sob acusações infundadas — revela a falência moral do discurso da esquerda. Não há mais um projeto de país. O que existe é uma obsessão por poder. Um apego doentio a narrativas convenientes, que mudam conforme o interesse eleitoral e o termômetro das redes sociais. A verdade já não importa. A coerência muito menos.

Enquanto isso, o brasileiro comum assiste a esse teatro com crescente descrença. O cidadão que levanta cedo, enfrenta transporte público precário, lida com a violência urbana e tenta pagar suas contas num país com inflação alta e carga tributária esmagadora, não se importa com as artimanhas de bastidores. Ele quer segurança, justiça, liberdade e prosperidade. Mas tudo que recebe de Brasília são discursos inflamados e contraditórios de parlamentares como Gleisi Hoffmann, que vivem em um universo paralelo.

O mais trágico é que essa narrativa de “defesa da democracia” é apenas um verniz. Um disfarce para esconder o avanço da censura, o uso político do Judiciário e o silenciamento de vozes dissidentes. Quando a esquerda decide quem pode falar e o que pode ser dito, o que temos não é democracia, mas uma ditadura ideológica com aval institucional.

E se há algo que realmente compromete a soberania nacional, não é a crítica feita por um ex-presidente em fóruns internacionais, mas sim a subordinação do Estado à vontade de um partido. O mesmo partido que, em nome de um “projeto de poder”, está disposto a reescrever sua própria história, apagar suas contradições e transformar antigos adversários em aliados inquestionáveis. A hipocrisia é tamanha que chega a ser grotesca.

Gleisi pode até tentar emplacar mais uma de suas performances indignadas no Twitter, mas os registros públicos da história — e as gravações da sabatina de Alexandre de Moraes no Senado — não a deixam mentir. A palavra dela de hoje contradiz diretamente a palavra dela de ontem. E quando uma líder política mente com tanta facilidade, é a credibilidade do sistema democrático que se desfaz.

A verdade é simples: não há democracia sem coerência, sem liberdade de expressão, e sem responsabilidade institucional. E quem hoje defende a mordaça em nome de uma falsa estabilidade, amanhã pode ser a primeira vítima de um sistema que já não distingue mais entre justiça e vingança.

Ao invés de atacar quem denuncia abusos, Gleisi Hoffmann deveria lembrar de suas próprias palavras, ditas em alto e bom som em 2017. Talvez, assim, reencontrasse um pouco de honestidade intelectual — algo cada vez mais raro no cenário político brasileiro, especialmente entre aqueles que, como ela, acharam na incoerência um método de sobrevivência.

Leandro Veras

Editor do Conservadores Online, é cristão, conservador e analisa os bastidores da política com visão crítica e firmeza.

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