
Prepare-se para abrir ainda mais a carteira. Porque sim, quando você achava que o Estado já sangrava tudo o que podia do seu bolso, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva encontrou mais um jeito de espremer o contribuinte brasileiro: aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A revelação partiu de uma fonte inesperada — e precipitada —, o ministro dos Transportes, Renan Filho, que decidiu anunciar a medida antes mesmo do time da Economia, durante um evento na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, nesta quinta-feira, 22 de maio de 2025.
O anúncio, registrado em primeira mão pelos jornalistas Gabriel Benevides e Hamilton Ferrari, revela o que os brasileiros mais temem ouvir: aumento de imposto disfarçado de “incremento na arrecadação”. Uma jogada de marketing tributário que tenta dourar a pílula amarga imposta à sociedade. Mas o que está por trás dessa medida? Por que o governo Lula, em meio a um discurso de “responsabilidade fiscal”, decide subir justamente o IOF, um dos tributos mais silenciosos e, ao mesmo tempo, mais onerosos do sistema brasileiro?
O IOF é uma espécie de bomba invisível no bolso dos brasileiros. Ele incide em operações de crédito, câmbio, seguros e investimentos — ou seja, praticamente tudo o que envolve o mínimo de movimentação financeira. Quando você faz um empréstimo, paga IOF. Quando troca reais por dólares, IOF. Quando investe, IOF. Até ao contratar um seguro, lá está ele: o tentáculo invisível do Leviatã estatal. E agora, segundo palavras suaves do ministro Renan Filho, esse imposto será “incrementado”. Sim, caro leitor, leia-se: aumentado.
Segundo a reportagem de Benevides e Ferrari, o ministro Fernando Haddad, responsável pela pasta da Fazenda, planeja dar mais detalhes à imprensa sobre a medida. Como de costume, a coletiva atrasou mais de meia hora. O atraso não surpreende: o Estado brasileiro é sempre pontual apenas quando se trata de cobrar impostos. Na hora de prestar contas ou se explicar, o cronômetro é ignorado. Afinal, para que pressa quando já se tem o monopólio da coerção?
O curioso é que, antes mesmo do anúncio formal, Haddad já tentou apagar incêndios. Esclareceu que os dividendos não entrarão na incidência do IOF, pois esse ponto já estaria contemplado na reforma do Imposto de Renda. Mais uma reforma que promete muito e entrega pouco, diga-se de passagem. Mas fiquemos com o IOF, a estrela do dia. O governo, ao que tudo indica, está numa corrida frenética para encontrar maneiras de engordar os cofres públicos, e como sempre, a solução vem do mesmo lugar: o bolso do cidadão comum.
O governo Lula, como bem sabemos, mantém uma dependência fisiológica por tributos. E, diferentemente do que ocorre em países com vocação liberal, onde a arrecadação pode ser acompanhada por cortes de gastos ou pelo estímulo à eficiência do Estado, aqui o que se vê é o mesmo filme de sempre: aumenta-se o imposto e os gastos públicos continuam inchando, como um monstro faminto por mais e mais recursos. A diferença entre o Leviatã e o governo brasileiro é que o primeiro ao menos é mitológico. O segundo é real — e insaciável.
Não é de hoje que o IOF é alvo de críticas por parte de especialistas em economia e tributaristas sérios. Isso porque, apesar de parecer um imposto “técnico”, ele é um dos mais autoritários do sistema nacional: não precisa de aprovação do Congresso para ser alterado, já que sua alíquota pode ser modificada por decreto presidencial. Em outras palavras: o governo pode mexer nesse tributo como bem entender, sem consulta pública, sem debate, sem representação popular. É o sonho de qualquer burocrata e o pesadelo de qualquer cidadão livre.
A forma como o anúncio foi feito também é simbólica. Renan Filho, ministro dos Transportes, e não da Fazenda, foi quem deu o spoiler da nova mordida. Um descuido? Um ensaio estratégico para testar a reação do mercado? Ou apenas mais um exemplo de desorganização dentro do governo petista? De qualquer modo, o episódio revela mais uma vez que, dentro da máquina pública atual, não há coordenação, mas há apetite fiscal. E muito.
É importante lembrar que o IOF já havia sido alvo de debate nos governos anteriores, inclusive com promessa de extinção gradual. O próprio governo Bolsonaro havia sinalizado intenção de diminuir o peso desse imposto como parte de uma política de desburocratização. Mas, como sempre, as promessas de redução tributária no Brasil são tão frágeis quanto papel molhado. E agora, com Lula no comando, não só abandonaram a ideia de reduzir, como resolveram aumentar ainda mais a carga. Nada mais previsível.
Mais ainda, o timing não poderia ser mais oportuno — ou perverso. Com a economia em ritmo lento, o setor privado buscando respirar após crises sucessivas e uma população cada vez mais endividada, o governo encontra espaço para ampliar a carga justamente em operações de crédito. Em outras palavras, quem precisa pegar dinheiro emprestado para sobreviver, pagar dívidas ou investir, agora será ainda mais penalizado. A classe média, os empreendedores e os pequenos investidores serão os principais alvos desse aumento. É o Brasil punindo quem tenta produzir.
E o que dizer sobre o impacto no câmbio? O aumento do IOF torna operações cambiais ainda mais custosas, dificultando transações internacionais e desestimulando o turismo, o comércio exterior e os investimentos estrangeiros. Em um país que deveria buscar atratividade global, o governo prefere a penalização sistemática de qualquer movimentação econômica que fuja do controle estatal. Para quem tem memória curta, vale lembrar que esse tipo de política não impulsiona crescimento. Ao contrário: paralisa a economia.
Haddad tenta suavizar a medida dizendo que os dividendos continuarão de fora. Mas a tentativa de separar os temas só escancara a desorganização da estratégia econômica do governo. Uma gestão que precisa aumentar imposto às pressas revela, na prática, sua falência administrativa. Afinal, se a arrecadação fosse tão “robusta” quanto o discurso, não haveria necessidade de novos tributos, mas sim de melhor gestão dos recursos existentes. Mas essa é uma palavra que parece inexistente no dicionário do petismo: gestão.
É impossível ignorar o simbolismo do local do anúncio: a B3, um espaço que representa o coração do capitalismo nacional. É como se o governo fosse até lá não para ouvir o mercado, mas para declarar guerra a ele. Como se dissesse: “Sabemos que vocês existem, mas não nos importamos com o que pensam. Vão pagar mais.” Essa é a mensagem embutida no gesto de anunciar, nesse palco, uma medida que desestimula crédito, investimento e crescimento. É o retrato perfeito de um governo que enxerga o setor produtivo como inimigo, e o Estado como fim em si mesmo.
Não podemos deixar de mencionar que a arrecadação do IOF tem destinação carimbada para cobrir déficits da máquina pública, e não para políticas estruturantes. Ou seja, não é um tributo que retorna diretamente para a sociedade em forma de investimentos. Ele é usado, em sua essência, para tapar buracos no orçamento, cobrir privilégios e manter a engrenagem de poder girando. Uma engrenagem que alimenta o clientelismo, o inchaço estatal e os interesses de quem vive às custas do suor alheio.
É, portanto, mais um episódio do roteiro que já conhecemos: o povo trabalha, o governo arrecada, e os resultados nunca aparecem. A saúde continua precária, a educação deficiente, a segurança pública em colapso. Mas os impostos? Esses sim, sempre atualizados, sempre altos, sempre cobrados com rigor quase militar. É o sistema tributário brasileiro, que trata o cidadão como suspeito por padrão e o investidor como uma ameaça.
Diante disso, não nos resta muita escolha. Precisamos, mais do que nunca, manter o debate público aceso sobre os rumos fiscais do Brasil. Não se trata apenas de um aumento do IOF. Trata-se de uma visão de mundo, de um modelo de governo que não enxerga a liberdade econômica como motor de progresso, mas sim o Estado como o agente centralizador de todas as decisões. E, nesse modelo, o cidadão não é protagonista, é refém.
Portanto, quando o governo diz que vai “incrementar a arrecadação”, leia-se: vai reduzir a sua liberdade de escolha, limitar sua capacidade de investimento e sufocar ainda mais a sua autonomia financeira. É isso que está em jogo com a alta do IOF. Não é uma medida técnica, é um projeto de poder. E cabe a nós, enquanto sociedade vigilante, denunciar, questionar e resistir.
Em tempos em que a narrativa tenta normalizar o anormal, é dever de todos os que valorizam a liberdade, o mérito e a responsabilidade fiscal, dizer o óbvio: não se combate desigualdade aumentando imposto sobre quem trabalha. Não se promove crescimento penalizando quem investe. E não se constrói um país com um governo que só sabe arrecadar, mas nunca entrega.
Que fique registrado: em 22 de maio de 2025, às 15h30, Gabriel Benevides e Hamilton Ferrari nos deram a notícia de que o governo Lula decidiu apertar ainda mais o torniquete fiscal. E nós, do Conservadores Online, fazemos questão de lembrar ao Brasil quem apertou esse torniquete. E por quê.
Com informações Poder 360