Governo Lula viaja para São Paulo e Minas antes de seguir para Honduras

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Quando a Revista Oeste publicou a pauta desta semana do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, meu primeiro pensamento foi: lá vai ele outra vez, vestido de “pai dos pobres” e empacotado como garoto-propaganda do setor privado, sem nunca ter assinado um único contrato de investimento com dinheiro próprio. É fascinante — para não dizer farsesco — observar como Lula insiste em surfar na onda dos outros, pousando para fotos como se fosse ele o cérebro por trás de cada real aportado por multinacionais.

Nesta semana, o roteiro é digno de um influencer político com pretensões globalistas: Montes Claros (MG), Cajamar (SP), depois a capital paulista para discursar sobre inovação e sustentabilidade — palavra mágica da vez — e, finalmente, Honduras, para a IX Cúpula da CELAC, aquele clube latino-americano onde o Brasil aparece como o primo rico decadente tentando convencer seus vizinhos ideologicamente alinhados a sonharem juntos com um mundo sem “imperialismo” — exceto o da ONU, é claro, que agora deve ter uma mulher no comando, de preferência escolhida por eles.

Mas vamos por partes.

Lula começa sua turnê nacional em Montes Claros, norte de Minas Gerais, acompanhando o anúncio de investimento da dinamarquesa Novo Nordisk, fornecedora de insulina ao SUS. A farmacêutica, que tem lucros bilionários e atua em dezenas de países, não precisa de comitiva presidencial para anunciar onde vai investir. Precisa de segurança jurídica, ambiente econômico estável e infraestrutura minimamente decente — algo que, sejamos francos, o Brasil anda devendo. Mas ali está Lula, sorridente, como se tivesse pessoalmente convencido os dinamarqueses a abrirem o cofre.

Logo depois, pousa em Cajamar, onde o Mercado Livre vai anunciar seu “aporte anual no Brasil para 2025”. Nenhum valor divulgado, nenhuma novidade concreta, apenas o velho jogo de bastidores entre empresa e governo para garantir isenções, facilitar logística e — claro — sair bonito na foto. Lula, como sempre, pega carona nos méritos dos outros. Afinal, é mais fácil tirar selfie com empresários do que com operários que perderam o emprego por causa da política fiscal destrutiva do próprio governo.

O Mercado Livre, aliás, é uma daquelas ironias históricas que a esquerda brasileira finge não ver. Fundado por Marcos Galperin, um empresário argentino que se tornou símbolo do empreendedorismo digital na América Latina, a empresa é um caso de sucesso absolutamente capitalista. Cresceu apostando em liberdade de mercado, tecnologia, eficiência — tudo o que o PT historicamente combateu com unhas e dentes. E agora Lula quer parecer o grande incentivador dessa expansão? Desculpe, mas o cinismo tem limite.

Na terça-feira, 8 de abril, Lula estará em São Paulo, participando do 100º Encontro Internacional da Indústria da Construção (Enic). A pauta oficial inclui palavras-chave para agradar acadêmicos e ambientalistas: sustentabilidade, inovação, tecnologia. Mas o que há de concreto nisso tudo? O evento ocorre dentro da Feicon, uma das maiores feiras do setor. Com 1.000 marcas expositoras e público estimado em 100 mil pessoas, a feira dispensa apadrinhamento estatal. Mais uma vez, a presença de Lula parece apenas marketing político — um palanque sobre os ombros de quem realmente trabalha e empreende neste país.

Mas o clímax do roteiro, como de costume, é a viagem internacional. Na quarta-feira, Lula decola rumo a Tegucigalpa, em Honduras, para participar da IX Cúpula de Chefes de Estado da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Sim, Honduras — um dos países mais instáveis e pobres da América Central — será palco da nova tentativa de Lula em retomar o papel de líder regional, algo que seus discursos adoram prometer, mas que a realidade insiste em negar.

A CELAC, sejamos honestos, é uma reunião de vizinhos ideológicos com saudades dos tempos de Hugo Chávez e Fidel Castro. Um clube que serve mais para a troca de afagos retóricos do que para discussões objetivas sobre crescimento econômico ou combate à corrupção. Lá, o discurso é sobre integração regional, mudanças climáticas e segurança alimentar — uma pauta que, na prática, significa mais burocracia e menos liberdade de mercado. Para completar o pacote simbólico, o Itamaraty deve sugerir uma candidatura feminina unificada da América Latina ao cargo de secretário-geral da ONU. Uau. Quantas vidas isso vai mudar? Quantos empregos vai gerar?

É aqui que a retórica de Lula entra em sua zona de conforto: a diplomacia performática, que não exige resultados, apenas aplausos em salões elegantes. No entanto, o Brasil de hoje não precisa de mais discursos globais. Precisa de ação concreta, responsabilidade fiscal e coragem para enfrentar reformas estruturais. Mas isso exige esforço real — algo que o atual governo parece evitar a qualquer custo.

Voltando ao Brasil, o contraste entre a agenda presidencial e os desafios internos é gritante. Enquanto Lula sorri ao lado de empresários e discursa sobre integração latino-americana, o país lida com inflação resistente, juros elevados, crise na segurança pública, e um Congresso cada vez mais fragmentado. O presidente atua como se ainda estivesse em campanha, colecionando eventos e discursos, como se isso bastasse para governar um país da complexidade brasileira.

É preciso dizer com todas as letras: Lula não governa, atua. Sua política é baseada na teatralização da gestão, na encenação do progresso e na manipulação da imagem. O roteiro de sua semana é uma peça cuidadosamente montada para parecer trabalho duro, mas na prática é uma colagem de aparições públicas que visam apenas construir narrativa e capital político. Quando se observa com atenção, é tudo forma, sem conteúdo.

E há outro ponto que merece destaque. Ao posar com empresários e participar de eventos corporativos, Lula tenta reescrever sua relação com o setor privado. O mesmo setor que ele e o PT atacaram por décadas, acusando-o de explorar trabalhadores, de conspirar com “elites brancas” e de ser cúmplice do “capitalismo opressor”. Agora, o discurso é outro — mas será que alguém ainda acredita nessa conversão repentina ao liberalismo econômico?

É evidente que não. Os empresários o recebem, tiram fotos e seguem com seus negócios, não por afinidade ideológica, mas por pragmatismo. Sabem que precisam do mínimo de paz institucional para operar, e que o governo federal, com seus tentáculos regulatórios e fiscais, pode ser um aliado perigoso ou um inimigo implacável. Ninguém está ali por gratidão ao presidente. Estão por necessidade.

E enquanto isso, a base eleitoral de Lula — aquela parcela da população que realmente acreditou no discurso do “Lulinha paz e amor” — continua esperando melhorias que não chegam. O Bolsa Família segue sendo o carro-chefe, mas os empregos com carteira assinada estão longe de voltar com força. Os jovens seguem sem oportunidades, a educação básica está estagnada e a criminalidade avança nos grandes centros urbanos. Mas nada disso parece afetar a bolha palaciana.

A verdade é que Lula se sente mais à vontade fora do país do que dentro. No exterior, encontra aliados ideológicos, jornalistas simpáticos e plateias dispostas a aplaudir seu discurso populista contra o “neoliberalismo”, o “imperialismo americano” e outras abstrações que já não convencem nem militantes universitários. Dentro do Brasil, no entanto, precisa lidar com a realidade de um país em crise — e aí, ele prefere delegar, postergar ou terceirizar.

Como conservadores, não podemos permitir que essa encenação passe incólume. O Brasil precisa de estadistas, não de animadores de auditório político. Precisa de líderes com coragem para enfrentar privilégios, cortar gastos, valorizar a meritocracia e defender a soberania nacional com seriedade. Lula representa o oposto disso: um populista cansado, preso a uma narrativa do século passado, tentando manter viva uma imagem que já não convence nem seus aliados mais fiéis.

O que resta a nós, cidadãos conscientes e atentos, é continuar denunciando a farsa. Acompanhar cada passo, cada discurso, cada viagem. E lembrar aos brasileiros que política não se faz com discursos bonitos nem com viagens internacionais. Política séria se faz com responsabilidade, verdade, coerência e, acima de tudo, compromisso com o futuro da nação — não com o marketing pessoal de um presidente que parece viver de nostalgia e palanque.

Enquanto Lula tira fotos em feiras e cúpulas, o povo brasileiro segue carregando nas costas o peso de uma máquina estatal inchada, ineficiente e profundamente ideológica. E a cada nova viagem presidencial, fica mais claro que o Brasil real não cabe no palanque de Lula.

Com informações Revista Oeste

Leandro Veras

Fundador e Editor do Conservadores Online

Leandro Veras acompanha de perto a política e os bastidores do poder no Brasil, com um olhar atento para os impactos sociais, econômicos e morais das decisões tomadas em Brasília. Atua como uma voz ativa no debate público, abordando temas que vão desde os jogos de influência entre o STF e o Congresso Nacional, passando pelas relações do Brasil com Israel e o Ocidente, até os reflexos das crises globais no cotidiano das famílias brasileiras. Já escreveu sobre tudo: desde a interferência da China no agronegócio brasileiro, passando por imigrantes ilegais nas fronteiras amazônicas, até agricultores brasileiros queimando safra por falta de infraestrutura e apoio governamental. Seu compromisso é com a verdade, a liberdade e os valores cristãos que moldaram nossa civilização.

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