
Você já percebeu que, no Brasil, quem deveria proteger os aposentados é exatamente quem mais os prejudica? Pois é. Você trabalha a vida inteira, paga imposto até sobre o ar que respira, espera décadas para finalmente ter sua aposentadoria e… quando ela chega, vem o governo e mete a mão. E o pior: mete a mão sem pedir permissão. Mas calma. O ministro Fernando Haddad, aquele mesmo que adora viajar para os Estados Unidos como se fosse CEO de banco internacional, veio à público dizer que o governo está “pensando” em reparar os danos causados por descontos indevidos em aposentadorias e pensões. É mole?
A declaração foi dada nesta quarta-feira, conforme noticiado com bastante polidez pelo jornalista Bernardo Lima, d’O Globo — que, inclusive, fez um trabalho bem razoável ao relatar os detalhes da operação e as falas do ministro. Mas como você bem sabe, meu amigo conservador, uma coisa é o que eles dizem… outra é o que realmente acontece nos bastidores da política.
Segundo Haddad, “a orientação do governo é reparar o dano causado pelas pessoas que foram responsabilizadas pelo que aconteceu, mas a maneira de fazer isso ainda não está formatada.” Traduzindo do politicês para o português claro: ninguém sabe o que vai ser feito, mas precisamos parecer bonzinhos na imprensa.
Reparação sem forma definida? Isso soa como aquele vizinho que te deve dinheiro e vive dizendo que “semana que vem paga”, mas nunca diz qual semana, qual ano, ou se será em reais ou em cupons do Bolsa Família. O ministro ainda acrescentou que essa reparação depende da apuração da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU). Ou seja, colocaram o assunto no limbo burocrático, onde tudo é lentamente mastigado até o povo esquecer.
E olha que Haddad fez questão de lembrar que há muitos aposentados que sequer formalizaram queixa. Ora, ministro, é claro que não formalizaram! Sabe por quê? Porque a maioria desses aposentados mal sabe que foi lesada, outros sequer conseguem entender o labirinto jurídico-burocrático que o governo cria para nos cansar. Muitos vivem com R$ 1.500 por mês, com a saúde debilitada e sem apoio nenhum. A verdade é que não reclamaram porque já se conformaram com a exploração estatal.
O escândalo é tão grande que a Polícia Federal e a CGU precisaram deflagrar uma megaoperação na semana passada para investigar esses descontos não autorizados. Estamos falando de um esquema nacional que lesou os mais frágeis entre 2019 e 2024. O montante chega a absurdos R$ 6,3 bilhões. Isso mesmo. Bilhões, com “B” de “banditismo institucionalizado”. E sabe o que é mais assustador? Os descontos vinham como se os aposentados tivessem virado sócios de associações de classe sem saber. Um verdadeiro assalto à luz do dia — e com carimbo do Estado.
Ah, e para dar aquele ar de “medidas foram tomadas”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva — o mesmo que sempre posa de “amigo dos pobres” — demitiu o chefe do INSS, Alessandro Stefanutto, após decisão judicial. Só demitiu porque a Justiça mandou, senão ia continuar tudo no mesmo esquema. A máquina é cúmplice até onde o escândalo não vaza para o Jornal Nacional.
Você, como brasileiro que carrega esse país nas costas, precisa entender o que está em jogo. Quando o governo diz que está “aguardando apuração” ou “buscando um caminho para reparação”, o que ele está fazendo é comprando tempo. Tempo para que o caso suma do noticiário, para que o povo esqueça e para que os culpados escapem — como sempre. Haddad ainda afirmou que a “CGU e a AGU vão envolver o Ministério da Fazenda em uma etapa posterior do processo”. Sabe o que isso significa? Que o ressarcimento, se vier, vai depender de tantas “etapas” que os aposentados talvez já tenham morrido até lá.
É sempre assim: a máquina pública não age para proteger você — ela age para proteger a si mesma. Os sindicatos, as associações, os apadrinhados políticos — todos mamando nas tetas de um sistema que penaliza quem trabalhou, quem se esforçou, quem contribuiu. Enquanto isso, o discurso do governo segue afinado: “vamos reparar o dano”. Reparar como? Quando? Com que dinheiro? Com que interesse? Ninguém responde.
E veja a ironia: este mesmo governo, tão preocupado em “reparar danos” agora, é o mesmo que defende o aborto, libera drogas, persegue cristãos e solta bandidos. Vai acreditar que ele realmente quer reparar os aposentados? Vai acreditar que esse pessoal que idolatra a Venezuela e odeia a iniciativa privada vai, de repente, se preocupar com os velhinhos que recebem R$ 1.200 por mês? Por favor.
E para completar o enredo de cinismo, Haddad ainda lembrou que está se reunindo com o secretário do Tesouro americano, como se isso nos fizesse dormir tranquilos. O Brasil pegando fogo, os aposentados sendo roubados, e o ministro fazendo tour internacional. Isso é gestão ou turismo ideológico?
A verdade é que o que está acontecendo é mais uma prova de que o Estado brasileiro é predador, e não protetor. Ele rouba na fonte, disfarçado de legalidade. Quando é pego, faz um teatro de apuração. Quando a imprensa pressiona, promete reparação. Mas tudo fica no discurso. No fim, o lesado é você.
E o mais revoltante é ver a grande mídia tratar isso como mais um caso “administrativo”, uma “falha do sistema”. Não, não é falha — é projeto. É projeto de poder manter você de joelhos, achando que não tem escolha. É projeto manter a população dependente, frágil e sem forças para reagir. É assim que eles perpetuam o poder.
Por isso, você precisa abrir os olhos. Não acredite em promessas de reparação vindas de um governo que mal consegue reconhecer seus próprios erros. Não acredite em soluções que passam por dez órgãos diferentes, com cronogramas inexistentes e linguajar de tecnocrata. O que você precisa é de um Estado enxuto, transparente, responsável e que respeite seu povo.
Mas para isso acontecer, a mudança precisa começar por você. Pela sua consciência política. Pelo seu voto. Pelo seu engajamento. Você não pode mais aceitar que funcionários públicos escolhidos por partido político decidam sobre o destino do seu dinheiro como se fosse deles. Você não pode mais confiar em quem passou décadas defendendo ditadores e agora finge ser “gestor moderno”.
A pergunta que fica é simples: por que diabos o governo teve que esperar uma megaoperação da PF para descobrir que estava descontando bilhões de forma indevida? Onde estavam os auditores? Onde estavam os sistemas de controle? Onde estavam os conselhos? Onde estavam os órgãos de transparência? Resposta: estavam todos dormindo — ou fazendo vista grossa.
E agora, querem te convencer que estão trabalhando para te compensar. Não se iluda. Enquanto você trabalha, paga e espera, eles tramam, gastam e riem da sua paciência. E fazem tudo isso com o seu dinheiro.
Lembre-se: não há neutralidade na política. Quando o Estado “não sabe como reparar”, na prática ele já decidiu que não vai fazer nada. A omissão é uma forma de ação — e neste caso, é uma ação contra você.
Com informações O Globo