Lula amplia conta de luz gratuita e antecipa verba da Eletrobras para 2025

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Em mais uma jogada que mistura populismo com cortina de fumaça, o senador Jaques Wagner, do Partido dos Trabalhadores (PT), celebrou nesta semana nas redes sociais uma Medida Provisória assinada por Lula que promete ampliar a gratuidade na conta de luz para famílias de baixa renda. Segundo o parlamentar, milhões de brasileiros serão beneficiados por essa iniciativa que, ainda de acordo com ele, reforça o “compromisso do governo com a justiça social e a sustentabilidade no setor elétrico”.

Sim, você leu certo. É mais uma tentativa do PT de se apropriar de uma narrativa salvadora, como se tivesse surgido do nada para resolver todos os males sociais do Brasil — sendo que boa parte deles foi alimentada, fomentada e agravada justamente por sucessivos governos da esquerda. A proposta, à primeira vista, parece nobre: quem ousaria ser contra o benefício de famílias pobres? Mas, como quase tudo que vem do petismo, o diabo mora nos detalhes — ou melhor, na conta que virá depois, e não será baixa.

Para começar, é fundamental entender o que essa Medida Provisória realmente significa. Trata-se de um movimento de curto prazo que antecipa recursos da Eletrobras para abater tarifas de energia. Mas quem financia isso? Eletrobras, uma empresa que foi privatizada e que, portanto, deve prezar pela eficiência econômica, agora terá que tirar do próprio caixa um montante bilionário que não será fruto de aumento de produtividade, mas sim de interferência estatal.

E o que isso significa, no fim das contas? Significa que, na prática, o governo está reestatizando os impactos das decisões populistas — e adivinha quem pagará a conta? Todos nós. Especialmente a classe média, o pequeno empreendedor, o trabalhador que paga seus impostos em dia e que verá os reajustes das tarifas futuras compensarem essa “benevolência” momentânea. Nada é de graça no Brasil, exceto o marketing petista.

Jaques Wagner, como de costume, veste a fantasia de justiceiro social. Em seu tweet, alardeia que o Brasil “segue dando a volta por cima”. Mas sobre o que exatamente ele está falando? Os dados econômicos ainda estão claudicantes. A inflação pode estar sob controle numérico, mas o brasileiro sente no bolso que o poder de compra está estagnado. O desemprego, embora maquiado estatisticamente, ainda castiga milhões, e a carga tributária continua sufocante. Não, senador, o Brasil não está dando a volta por cima — está sendo empurrado para o abismo com sorriso no rosto.

Esse tipo de medida — vendida como avanço social — esconde uma grande armadilha econômica e ideológica. A primeira delas é a dependência institucionalizada do Estado. Ao invés de estimular a geração de empregos, o empreendedorismo e a concorrência saudável no setor elétrico, o governo prefere ampliar a rede de assistencialismo. A mensagem que se passa é simples e destrutiva: “não se preocupe em crescer, o Estado cuida de você”.

É claro que toda nação civilizada deve proteger os mais vulneráveis. Mas proteger não é infantilizar. Não é criar uma geração de cidadãos que vivem de favores políticos e que precisam renovar sua “lealdade” a cada ciclo eleitoral. Isso não é solidariedade — é chantagem institucionalizada. O assistencialismo, quando usado como trampolim para a ascensão, é virtuoso. Mas quando se transforma em vício de manutenção no poder, ele se torna a pior forma de dominação: aquela que escraviza sob a aparência de amparo.

Outro ponto que precisa ser dito com todas as letras: o PT não entende — ou finge não entender — o conceito de sustentabilidade econômica. Ao falar em “justiça social e sustentabilidade no setor elétrico”, Jaques Wagner mistura termos de apelo ideológico para ocultar um dos maiores vícios do lulismo: intervencionismo barato, travestido de modernidade e inclusão.

Vamos aos fatos. A sustentabilidade no setor elétrico passa por investimento, inovação, previsibilidade regulatória e estímulo à livre concorrência. O que a Medida Provisória faz é justamente o oposto: interfere no planejamento das empresas, gera insegurança jurídica, desincentiva novos investidores e transforma a Eletrobras num caixa eletrônico a serviço do marketing estatal. O resultado, como sempre, será uma conta mais salgada no futuro. E não será paga pelo Planalto, mas por você, cidadão comum.

Há ainda o aspecto político da medida. Não é coincidência que este anúncio venha num momento em que o governo enfrenta desgaste por escândalos envolvendo a Petrobras, o BNDES, e a crescente tensão institucional provocada pela atuação do STF em pautas claramente políticas. A MP da energia aparece como uma espécie de nuvem de fumaça, desviando a atenção da opinião pública e passando a impressão de que o governo está preocupado com “quem mais precisa”.

Mais uma vez, a esquerda usa o povo como escudo retórico enquanto arma manobras de bastidor. É a tática mais velha da política brasileira: gere caos nos bastidores e distribua migalhas na vitrine. E, como sempre, com direito a slogan: “justiça social, sustentabilidade, Brasil voltando por cima”. Poderiam ao menos tentar variar os clichês.

Também é importante observar o momento geopolítico. Enquanto o mundo busca formas de equilibrar energia limpa com crescimento econômico sustentável, o Brasil caminha na contramão. Ao invés de fomentar fontes alternativas de energia com base em inovação privada, o governo recorre ao expediente fácil: forçar empresas a “doarem” parte do lucro para subsidiar tarifas. Essa atitude afasta investidores internacionais, agrava o clima de desconfiança no mercado e empurra o país para um modelo retrógrado de gestão estatal, típico das repúblicas bolivarianas com as quais o PT tanto flerta.

Vale lembrar que essa política de “bondade forçada” não é nova. Durante os anos dourados do populismo petista, entre 2003 e 2016, vimos tarifas artificialmente reduzidas, investimentos minguando, e um setor elétrico em crise de abastecimento. Em 2014, o Brasil flertou com o apagão. E não foi por falta de energia natural — foi por incompetência administrativa e decisões políticas equivocadas. E agora, com Lula de volta ao poder, os velhos erros estão sendo reciclados com nova embalagem.

Os conservadores de verdade não são contra o auxílio aos mais pobres. Mas são, sim, radicalmente contra medidas que usam a pobreza como instrumento de poder. A verdadeira justiça social nasce da liberdade econômica, da educação de qualidade, da segurança jurídica e da valorização do mérito. Mas esses termos são palavrões no dicionário da esquerda, que prefere alimentar a miséria para mantê-la sob controle.

A pergunta que fica para o leitor atento é simples: por que o governo, que se diz comprometido com a justiça social, não reduz a carga tributária sobre a conta de luz? Por que não elimina encargos que pesam sobre a geração e distribuição? Por que não incentiva novos players no setor com menos burocracia e mais liberdade de atuação? A resposta é clara: isso tiraria o poder das mãos do Estado, e o PT não vive sem controle. Eles não querem que o cidadão se emancipe — querem que ele dependa.

E aqui reside a grande diferença entre conservadores e progressistas de ocasião. Nós acreditamos que a dignidade do cidadão está em sua liberdade para prosperar, e não na sua dependência para sobreviver. A verdadeira política pública eficaz é aquela que cria oportunidades, e não apenas que distribui recursos. É aquela que forma cidadãos ativos, e não apenas beneficiários passivos.

A Medida Provisória celebrada por Jaques Wagner é apenas mais um capítulo da velha novela populista. Bonita por fora, disfarçada de progresso, mas apodrecida por dentro, cheia de vícios, mentiras e intenções questionáveis. O Brasil precisa urgentemente de um choque de realismo político, responsabilidade fiscal e ética na condução dos recursos públicos. E isso jamais virá do Partido dos Trabalhadores, cuja história recente é marcada por escândalos, aparelhamento do Estado e uma sede insaciável de poder.

Portanto, caro leitor, desconfie dos sorrisos fáceis, das promessas com sabor de milagre e dos políticos que se autoproclamam salvadores dos pobres. A liberdade é construída com esforço, não com esmolas. E a verdadeira justiça não se faz com tarifa zero, mas com crescimento sustentável, responsabilidade administrativa e, acima de tudo, com respeito à inteligência do povo brasileiro.

Leandro Veras

Editor do Conservadores Online, é cristão, conservador e analisa os bastidores da política com visão crítica e firmeza.

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