Ah, você, caro leitor do Conservadores Online, que acompanha com olhos atentos as peripécias da política nacional, prepare-se para mais um capítulo da novela petista. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um movimento que só surpreende quem ainda acredita em coelhinho da Páscoa, decidiu entregar a articulação política do governo à sua fiel escudeira, Gleisi Hoffmann. Sim, aquela mesma que presidiu o PT durante os anos de trevas do partido e que agora assume a Secretaria de Relações Institucionais.
Lula, sempre o estrategista, ignorou os conselhos sensatos de seus aliados e resolveu apostar todas as fichas em Gleisi. Afinal, quem melhor para negociar com um Congresso de maioria conservadora do que alguém conhecido por sua postura combativa e, digamos, pouco flexível? É como enviar um lobo para mediar uma reunião de ovelhas.
A trajetória de Gleisi não deixa dúvidas sobre sua capacidade de gerar controvérsias. Como chefe da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff, ela esteve no epicentro de uma gestão marcada por crises políticas e econômicas. E, como presidente do PT a partir de 2017, liderou o partido durante o auge do antipetismo, quando pedir votos para a legenda era quase um ato de coragem suicida. Mas, para Lula, lealdade é tudo, e Gleisi provou ser uma aliada inabalável, especialmente durante os 580 dias em que o líder máximo esteve atrás das grades.
Agora, como ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi terá a missão hercúlea de negociar com um Congresso que a vê com desconfiança. Sua fama de sectária não ajuda, e muitos parlamentares já torcem o nariz para a nova articuladora política. Mas, quem sabe, talvez ela consiga realizar o milagre de transformar antagonismo em cooperação. Afinal, na política brasileira, já vimos de tudo, não é mesmo?
A nomeação de Gleisi também acendeu o alerta vermelho no mercado financeiro. Minutos após o anúncio, o dólar disparou e a bolsa despencou. Investidores temem que a nova ministra, conhecida por defender políticas econômicas intervencionistas, possa minar os esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em controlar os gastos públicos. Afinal, nada como um pouco de instabilidade econômica para apimentar o cenário político.
E por falar em Haddad, a relação entre ele e Gleisi nunca foi das melhores. Enquanto o ministro tenta manter as contas em ordem, a nova articuladora política sempre defendeu um aumento nos gastos estatais. Com Gleisi agora mais próxima de Lula, Haddad pode se ver ainda mais isolado dentro do governo. Afinal, quem precisa de harmonia interna quando se pode ter uma boa e velha disputa de poder?
Mas nem tudo são más notícias para o PT. A saída de Gleisi da presidência do partido abre caminho para que Lula coloque seu favorito, Edinho Silva, no comando. Uma jogada estratégica que pode fortalecer ainda mais o controle do presidente sobre a legenda. Afinal, manter os amigos por perto e os potenciais rivais mais perto ainda é uma arte que Lula domina como ninguém.
Em resumo, caro leitor, o presidente Lula decidiu apostar alto ao colocar Gleisi Hoffmann na linha de frente da articulação política. Uma escolha que pode tanto consolidar seu poder quanto aprofundar as divisões internas e externas do governo. Mas, como bem sabemos, na política brasileira, o que hoje parece certo, amanhã pode se desmanchar no ar. Resta-nos acompanhar os próximos capítulos dessa saga e torcer para que, no final, o bom senso prevaleça.
Lula nomeia Gleisi Hoffmann como ministra de Relações Institucionais
Com informações Reuters
