
Você caro leitor, já leu o artigo de Paulo Polzonoff Jr. publicado na segunda-feira, dia 7, na Gazeta do Povo com o devido cuidado? Leu com a lente da realidade nua e crua que o Brasil vem tentando esconder debaixo do tapete desde que Luiz Inácio Lula da Silva foi entronizado novamente no cargo mais alto da nação, não por vontade espontânea das massas, mas por um processo que, embora revestido de legalidade, jamais conquistou o verdadeiro selo da legitimidade popular?
Pois bem. O artigo de Polzonoff não é apenas uma crônica, tampouco uma simples crítica política: é um alerta civilizacional. Um brado de consciência num tempo em que a percepção, como ele mesmo frisou, tem mais peso do que as promessas vazias ou os discursos de palanque lidos por marionetes em teleprompters. O jornalista não pede que você ocredite nele cegamente. Ao contrário. Ele aponta o óbvio e confia que você ainda é capaz de enxergar.
Lula é um presidente sem povo. Dói dizer? Não para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir. Mas incomoda profundamente aqueles que ainda insistem em viver numa ilusão fantasiosa, sustentada por departamentos de marketing ideológico e pelo braço estendido da velha imprensa. Porque é exatamente isso que Lula se tornou: um símbolo vendido por agências, um produto publicitário embalado com slogans antigos e forjado em vídeos cuidadosamente editados — mas que não tem mais vida orgânica entre aqueles que ele jura representar.
Onde está a multidão? Onde estão os “pobres”, os “oprimidos”, os “trabalhadores” que ele sempre alegou ter ao seu lado? Será que todos desapareceram junto com o cheiro de churrasco dos antigos comícios do PT? Ou será que eles simplesmente abriram os olhos e perceberam que foram usados como massa de manobra durante décadas por um projeto de poder que nunca se importou realmente com o bem-estar deles, mas apenas com a manutenção da hegemonia partidária?
Sim, a esquerda perdeu o povo. E não perdeu porque “o povo ficou fascista”, como gostam de repetir os intelectuais de butique. Perdeu porque abusou da paciência popular, esgotou sua narrativa e escancarou sua hipocrisia. Enquanto Lula se aproxima cada vez mais de banqueiros, empresários bilionários, artistas subsidiados e burocratas bem remunerados, o povo verdadeiro — aquele que acorda às 5 da manhã, pega ônibus lotado, rala o dia inteiro e ainda tem que sustentar com impostos uma máquina pública obesa e corrupta — foi sendo empurrado para longe.
Paulo Polzonoff acerta em cheio ao destacar que até a militância petista perdeu o tesão. Nem por pão com mortadela eles se mobilizam mais com aquele fervor de outrora. O máximo que se consegue é uma claque de funcionários públicos convocados em troca de ponto facultativo, como se fosse um arrastão de sorrisos falsos organizados para iludir a imprensa oficial. Nem mesmo o esforço desesperado de transformar cada aparição do petista em um evento épico dá conta de esconder o constrangimento visível de quem sabe que não há mais legitimidade popular ali. Há apenas o teatro do poder.
E quando o autor nos compara, com honestidade desconcertante, o esvaziamento de Lula ao magnetismo popular ainda existente em torno de Jair Bolsonaro, ele nos conduz ao cerne da crise atual: o abismo entre o poder institucionalizado e a vontade manifesta da população. Bolsonaro, mesmo inelegível e perseguido judicialmente com um zelo jamais visto na história republicana, ainda consegue reunir multidões de forma espontânea. Seu povo não precisa ser pago, convocado ou manipulado. Ele aparece. Ele apoia. Ele resiste.
E por que isso acontece? Porque há uma relação de verdade entre Bolsonaro e seu eleitorado. Pode-se discordar do estilo, do vocabulário, das posturas em determinadas situações, mas ninguém pode negar que o ex-presidente se comunica diretamente com o povo, sem filtros, sem enfeites, sem parecer artificial. E essa verdade, essa identificação intuitiva e visceral, é o que falta em Lula — e em toda a esquerda gourmetizada que se diz progressista, mas vive trancada em bolhas de privilégio.
O que Polzonoff chama de “percepção da legitimidade” é justamente o que separa um governante de um ocupante de cargo. Lula pode ter vencido nas urnas — e aqui não entraremos no mérito da lisura do processo —, mas perdeu no coração da sociedade. E não há decreto, despacho do TSE ou manchete de jornal que consiga restaurar a confiança de um povo que sente que está sendo enganado.
Mais do que isso, há uma sensação clara de que a democracia foi sequestrada por uma elite institucional que já não presta contas à população. Quando Polzonoff escreve que “a saída é impor a democracia”, ele não está exagerando. Ele está descrevendo o fenômeno que vivemos: uma democracia que precisa ser imposta à força porque perdeu a adesão espontânea, aquela que vem da confiança e da identificação.
A tal “percepção da honestidade” também já evaporou. Quem em sã consciência acredita, hoje, que o governo Lula busca o bem comum? A cada dia, os noticiários pipocam com escândalos de corrupção abafados, com aparelhamento do Estado sendo intensificado, com afagos a ditadores e perseguição a quem ousa criticar. A imagem de Lula beijando o chão de países comunistas ou de braços dados com bilionários amigos do partido contrasta violentamente com o discurso de “homem do povo”. É tudo tão artificial, tão caricato, que virou piada — só que o preço dessa piada é pago em impostos, inflação e desespero.
Aos olhos do brasileiro médio — aquele que já não confia mais na grande mídia, que desconfia dos juízes que sorriem para a câmera, que percebe os conchavos e as maracutaias — tudo isso só reforça uma ideia que cresce silenciosamente no coração da nação: não somos mais donos do nosso próprio país. E isso, meus amigos, é o mais grave.
A percepção da ilegitimidade não nasce de uma teoria da conspiração. Ela é fruto de uma realidade empírica, observável, sentida no dia a dia. É quando o cidadão olha ao redor e vê que seus valores estão sendo pisoteados, que sua liberdade está sendo negociada, que sua fé é ridicularizada, que sua inteligência é insultada. E que a resposta oficial do sistema é: “cale a boca e aceite”.
Não é de hoje que as elites tentam nos convencer de que perceber o óbvio é uma forma de “desinformação”. Querem criminalizar a intuição popular, rotular o bom senso como extremismo e declarar guerra a quem ousa fazer perguntas incômodas. Mas, como diz o próprio Polzonoff, não adianta mais fingir. A narrativa não se sustenta. Nem mesmo com algoritmos, nem mesmo com censura disfarçada de regulação, nem mesmo com verbas milionárias destinadas à propaganda estatal.
A verdade está vindo à tona. O povo está despertando. E Lula, o “presidente sem povo”, será lembrado não como aquele que unificou o Brasil, mas como o símbolo de uma era em que a dissonância entre poder e legitimidade se tornou insuportável.
A crise não é apenas política. É moral. É espiritual. E a pergunta que precisamos fazer a cada brasileiro de bem é: você vai continuar fingindo que acredita? Ou vai, finalmente, se levantar para defender aquilo que é seu por direito?
Porque a percepção não mente. E a percepção, hoje, é de que Lula não governa para você. Ele governa para si mesmo, para o partido, para o projeto de poder que destruiu nossa economia, corrompeu nossas instituições e ameaça nossa liberdade. Um projeto que só se sustenta pela imposição, pela chantagem, pelo medo. Mas nunca mais pela verdade. Nunca mais pelo povo.
Com informações Gazeta do Povo