Moraes busca apoio político dos três poderes em jantar no seu apartamento após pressão da anistia

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O ministro Alexandre de Moraes, do STF, ao lado do presidente da Câmara, Hugo Motta, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

Você já notou como, ultimamente, Alexandre de Moraes parece estar mais empenhado em organizar jantares com políticos do que em garantir o cumprimento fiel da Constituição? Pois é. O ministro, que um dia jurou defender a lei com imparcialidade e sobriedade, hoje protagoniza cenas dignas de um roteiro de novela política. Um roteiro, aliás, no qual ele aparece como o grande articulador, tentando agradar gregos, troianos, socialistas, globalistas e qualquer outro grupo que possa lhe garantir sobrevida institucional — e, claro, poder.

Não, não é teoria da conspiração. Quem acompanhou o artigo assinado por Mariana Muniz e Lauriberto Pompeu, publicado n’O Globo nesta segunda-feira (14), pode perceber que Moraes está, literalmente, “buscando apoio político” em meio à crescente pressão por anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. O detalhe é que esse “apoio” não se trata de um saudável diálogo entre os poderes, mas sim de uma verdadeira operação de sobrevivência. E o preço da estabilidade, ao que tudo indica, está sendo pago com concessões sorrateiras, visitas cuidadosamente calculadas e, claro, jantares à luz de velas com a nata da elite política de Brasília.

Segundo o texto, Alexandre de Moraes abriu recentemente as portas de seu apartamento para um jantar com a cúpula dos Três Poderes. Entre os convidados: Davi Alcolumbre, Hugo Motta, Geraldo Alckmin e outras figuras que compõem o xadrez político nacional. Um jantar supostamente “em homenagem” a Rodrigo Pacheco, mas que, sejamos francos, teve um tempero muito mais estratégico do que afetivo. Afinal, quando um ministro da Suprema Corte resolve chamar para casa os caciques do Congresso, com presença de membros do Ministério Público e da Polícia Federal, é porque a pauta vai muito além do menu.

Mas o teatro institucional não para por aí. Moraes também resolveu aparecer, como quem não quer nada, no lançamento de um livro organizado por Pacheco, no Salão Negro do Congresso Nacional. E, olha só que curioso: foi cercado por parlamentares de diversos partidos, como se fosse um popstar do Judiciário. O mesmo homem que, nos últimos anos, não hesitou em prender cidadãos comuns, censurar redes sociais e tratar qualquer crítica como ameaça à democracia, agora se mostra solícito, aberto ao “diálogo” e até um tanto simpático. Seria isso uma mudança de postura ou apenas mais uma peça estratégica no tabuleiro?

O ponto é claro: Alexandre de Moraes sente a pressão. E como sente. A anistia aos presos do 8 de janeiro, uma pauta crescente entre parlamentares e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, ameaça diretamente o legado autoritário que Moraes construiu à base de inquéritos intermináveis, prisões preventivas sem prazo e uma retórica punitivista que, em qualquer outro país, soaria escandalosa. Não por acaso, o ministro agora tenta se mostrar como alguém “aberto ao diálogo” — uma característica que, segundo o próprio Michel Temer, sempre fez parte do seu perfil.

Ah, Temer… Sempre ele. O mesmo que indicou Moraes ao STF, hoje aparece como seu defensor nos bastidores. E tudo faz sentido. Ambos são frutos do mesmo caldo político que mistura conveniência com uma boa dose de oportunismo. Temer não poupou elogios ao seu pupilo, garantindo que ele “sempre foi de muito diálogo”. O mesmo “diálogo” que censura redes sociais, veta entrevistas de parlamentares presos e define quem pode ou não visitar detentos políticos. Um diálogo que funciona, digamos, com quem importa — e só quando importa.

Recentemente, o ministro autorizou uma visita de 24 parlamentares ao general Braga Netto, preso numa unidade militar. Um gesto curioso vindo de quem, meses atrás, proibiu Carla Zambelli de visitar mulheres detidas no Complexo da Papuda. A diferença? Agora, o clima é outro. Moraes precisa parecer razoável. Precisa mostrar flexibilidade. Precisa, em suma, fingir que não é o mesmo autoritário de antes — ainda que continue sendo.

Não se engane: tudo isso é cuidadosamente ensaiado. Até decisões aparentemente técnicas, como a libertação da mulher que pichou uma estátua nos atos de 8 de janeiro, fazem parte da narrativa. Após o questionamento do ministro Luiz Fux sobre a desproporcionalidade da pena (até 14 anos de cadeia por uma pichação!), Moraes recuou. Mas não por um súbito acesso de justiça ou humanidade. Ele recuou porque percebeu que estava ficando isolado, que a pressão aumentava e que seu discurso de “defensor da democracia” já não colava tanto assim.

Além disso, há um fator que vem ganhando destaque e que ajuda a entender o nervosismo do ministro: o embate com Elon Musk. O bilionário sul-africano, dono da rede social X (antigo Twitter), enfrentou Moraes e bateu de frente com a censura imposta por decisões judiciais. E o que fez Moraes? Tentou calar Musk, tentando aplicar multas e censurar contas. O resultado? Um efeito bumerangue: mais de 100 parlamentares assinaram um superpedido de impeachment contra o ministro, alegando violação da liberdade de expressão. Sim, aquele mesmo princípio que o STF finge proteger, mas que rasga todos os dias.

Diante desse cenário, não é de se espantar que Alexandre de Moraes esteja desesperado para garantir apoio político. O problema é que, ao fazer isso, ele rebaixa o STF ao nível de um mero ator partidário. Um ministro da Suprema Corte que precisa de jantares, selfies no Congresso e agrados a parlamentares para manter sua autoridade simplesmente não é mais um juiz — é um político togado. Um magistrado que, para manter o controle, abre mão da sua imparcialidade e entra no jogo do toma-lá-dá-cá.

Agora, cabe a você, leitor do Conservadores Online e da Open Investimentos, refletir: onde isso vai parar? Qual será o próximo passo de um Judiciário que não conhece limites, que censura, prende, negocia e articula como um partido político qualquer? E, principalmente, qual é o preço que o Brasil pagará por essa escalada autoritária disfarçada de garantismo democrático?

A verdade é simples, embora dolorosa: o STF se politizou, e o principal símbolo dessa degradação institucional atende pelo nome de Alexandre de Moraes. Ele não é mais apenas um juiz. É um estrategista, um operador político, um mestre das narrativas. E, como todo político experiente, sabe que, para se manter no topo, precisa agradar aliados, neutralizar adversários e manipular a opinião pública. A toga virou figurino. A Constituição, um acessório descartável.

Se você ainda acredita que a democracia se constrói com base em instituições sólidas e independentes, então é seu dever denunciar essa farsa. Não se trata de defender ou criticar Bolsonaro. Trata-se de algo muito maior: o futuro da liberdade no Brasil. Um país onde ministros do Supremo fazem jantares secretos com políticos não é um país livre. É uma república de conveniências, onde o poder se perpetua nos bastidores — longe dos olhos do povo.

É por isso que precisamos continuar alertas, informados e, acima de tudo, comprometidos com os valores que nos trouxeram até aqui: a verdade, a justiça e a liberdade. Porque se deixarmos que esses valores sejam corroídos em nome de uma falsa estabilidade institucional, em breve não restará mais nada para defender.

Com informações O Globo

Leandro Veras

Fundador e Editor do Conservadores Online

Leandro Veras acompanha de perto a política e os bastidores do poder no Brasil, com um olhar atento para os impactos sociais, econômicos e morais das decisões tomadas em Brasília. Atua como uma voz ativa no debate público, abordando temas que vão desde os jogos de influência entre o STF e o Congresso Nacional, passando pelas relações do Brasil com Israel e o Ocidente, até os reflexos das crises globais no cotidiano das famílias brasileiras. Já escreveu sobre tudo: desde a interferência da China no agronegócio brasileiro, passando por imigrantes ilegais nas fronteiras amazônicas, até agricultores brasileiros queimando safra por falta de infraestrutura e apoio governamental. Seu compromisso é com a verdade, a liberdade e os valores cristãos que moldaram nossa civilização.

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