
Você, que paga seus impostos religiosamente, que tem sua aposentadoria como meta justa de uma vida inteira de suor, precisa saber quem está cuidando da sua Previdência. Não é brincadeira. Estamos falando de bilhões de reais sob responsabilidade de um nome que, se você piscasse, não teria nem ouvido falar: Wolney Queiroz. Pois é, o novo ministro da Previdência do governo Lula, aquele que entra em cena para “moralizar” a pasta depois do escândalo do INSS, começou sua jornada já deixando um cheiro estranho no ar: guardava R$ 431 mil em dinheiro vivo. Isso mesmo. Dinheiro em casa, em espécie, no cofre ou debaixo do colchão, ninguém sabe. Mas declarou isso à Justiça Eleitoral. E com a maior naturalidade do mundo.
A notícia, publicada nesta quarta-feira, 7 de maio, por Luís Bastitela, da Revista Oeste, é de uma precisão cirúrgica. Sem adjetivos desnecessários, Bastitela apenas relatou os fatos — e eles falam por si só. Você guardaria quase meio milhão de reais em casa? Não estamos falando de alguém que vende carros usados ou que trabalha com caixa dois. Estamos falando de um político profissional, que disputou a reeleição para deputado federal em 2022 e não conseguiu se reeleger. Será que o povo já estava desconfiado?
Mas calma, porque o mais assustador nem é isso. É o fato de que essa prática não configura crime. Pois é. Você leu certo. Guardar R$ 431 mil em espécie em casa não é ilegal. Mas convenhamos, isso é absolutamente incomum para qualquer cidadão médio e levanta uma série de perguntas que o próprio Wolney parece não ter o menor interesse em responder. Afinal, o que justifica tamanha reserva em cédulas? Por que não aplicar esse dinheiro? Ou depositá-lo? Com todo respeito, mas quem guarda tanto dinheiro em casa está com medo de quê? De auditoria bancária? De deixar rastros?
Você pode até tentar defender o sujeito dizendo que ele é “precavido”, ou que é “um homem antigo”, do tempo em que dinheiro bom era o que se podia contar na mão. Mas a verdade é que essa narrativa não se sustenta em 2025. Vivemos num Brasil onde um cidadão comum tem seu Pix rastreado pelo governo com facilidade, onde se exige nota fiscal até para a compra de um pão de queijo. E enquanto isso, quem deveria ser o exemplo de transparência no trato com o dinheiro público, guarda meio milhão em casa como se estivesse armazenando arroz.
Pior ainda, é saber que o Senado ainda está discutindo um projeto de lei que proíbe transações em espécie acima de R$ 10 mil. Só que, claro, a lei ainda não foi aprovada. E adivinha quem se beneficia desse vácuo legislativo? Acertou se pensou no novo ministro.
Como se não bastasse essa demonstração inequívoca de que a liturgia do cargo parece ser algo ignorado por Wolney, a sua nomeação é recheada de ironias. Ele substitui Carlos Lupi, que caiu após uma crise escancarada dentro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Lupi, aquele que jurou não saber de nada, mesmo tendo sido alertado sobre fraudes em aposentadorias. Segundo ele, ficou sabendo, mas achou melhor não agir. Um clássico.
Aliás, é curioso observar como os escândalos se encadeiam como uma série de heranças malditas dentro do mesmo governo. Lupi indicou Alessandro Stefanutto, o ex-presidente do INSS que virou alvo da Polícia Federal. Stefanutto caiu, e Lupi caiu logo depois. Mas ninguém vai para casa sem emprego. É como se o Planalto funcionasse como um condomínio de luxo onde, mesmo quando alguém faz besteira, o síndico oferece um novo apartamento para que o constrangimento não se espalhe.
Agora você me diga: qual foi a solução do governo para essa crise? Colocar um ex-deputado derrotado, que guarda meio milhão em casa, no comando da Previdência. É inacreditável. Ou melhor, não é. Porque quando se trata da “Nova República”, essas decisões já viraram rotina. E, claro, a imprensa que ainda tenta manter alguma sanidade — como a Revista Oeste — é tachada de “reacionária”. Você conhece esse script.
Mas vamos voltar ao nosso personagem. O novo ministro declarou, além dos R$ 431 mil em espécie, três empresas e um imóvel avaliado em R$ 596 mil em Caruaru (PE). O curioso é que, entre 2018 e 2022, seu patrimônio “encolheu” de R$ 2,2 milhões para R$ 1,7 milhão. E antes disso, em 2006, ele dizia ter R$ 355 mil. Então me explica: como alguém que vê o patrimônio cair em 500 mil reais tem coragem de deixar quase a mesma quantia em cédulas em casa? Não fecha. É como se o dinheiro vivesse em uma realidade paralela, desconectada do restante da fortuna.
Talvez você esteja se perguntando: “Mas por que isso importa tanto? Afinal, não é crime.” A resposta é simples, meu caro: porque a Previdência é o último reduto de dignidade de milhões de brasileiros. Gente que dedicou a vida ao trabalho, que sonha em se aposentar e que, no fim, vê seu benefício ser corroído por escândalos, fraudes e… ministros suspeitos.
E mais: não é só a questão do dinheiro guardado. É a simbologia da coisa. Quando o sujeito responsável pela sua aposentadoria tem práticas financeiras no mínimo opacas, como você pode confiar que o sistema está em boas mãos? Quando o que se exige é transparência total, por que o novo ministro sequer se deu ao trabalho de explicar a origem e a razão dessa reserva? Porque sabe que não precisa. Porque nesse jogo, prestação de contas é só para quem não está no poder.
Você que está lendo isso e sente indignação, saiba que não está sozinho. Essa revolta é legítima. Não é extremismo, não é “ódio”, como dizem os defensores da impunidade. É apenas a reação natural de alguém que respeita regras, que vive dentro da legalidade, que quer um país mais decente. E que se recusa a aceitar que o topo da máquina pública seja ocupado por gente que age como se estivesse acima da lei.
É por isso que textos como o do jornalista Luís Bastitela são preciosos. Porque ainda existem vozes dispostas a noticiar o que a grande imprensa quer enterrar sob camadas de burocracia e silêncio conveniente. O que Bastitela fez foi simples: contar o óbvio, mas que poucos têm coragem de expor. A nomeação de Wolney Queiroz para o Ministério da Previdência é mais um tapa na cara do brasileiro honesto.
E não, você não está sendo paranoico. O Brasil realmente tem um problema estrutural de confiança. E ela não será restaurada enquanto a política continuar sendo tratada como um balcão de negócios, onde os cargos são entregues a figuras duvidosas sob o manto da conveniência partidária. O governo precisa entender que a Previdência não pode ser ocupada por alguém que enxerga o dinheiro como uma reserva privada, sem necessidade de explicação. Isso é insultar a inteligência de toda uma nação.
Agora pense comigo: que moral terá esse ministro para coibir fraudes, combater desvios e promover reformas se ele próprio carrega uma mancha tão evidente na sua ficha? Que autoridade terá para exigir eficiência e responsabilidade dos servidores do INSS, se ele mesmo não consegue explicar por que guardou dinheiro fora do sistema bancário?
O Brasil precisa voltar a ser um país sério. E para isso, é preciso começar por onde mais dói: na moralidade pública. Sem ela, qualquer política pública é apenas um castelo de cartas. A aposentadoria, a seguridade social, a confiança nas instituições — tudo vira cinzas quando a corrupção se torna rotina.
Você merece mais. O Brasil merece mais. E é por isso que devemos continuar apontando, denunciando e exigindo. Porque o silêncio só beneficia quem já se acostumou com a escuridão.
Com informações Revista Oeste