Quando o silêncio se transforma em dívida e o absurdo vira política pública

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O que está acontecendo com o Brasil? O que se esconde por trás da aparência de um Estado democrático que, em vez de garantir direitos, transforma cada cidadão em refém de um sistema digital hostil e silenciosamente predador? O jornalista Alexandre Garcia, em seu artigo publicado no dia 21, pela Gazeta do Povo, nos trouxe um alerta urgente e cristalino: estamos sendo roubados em silêncio, vítimas de um sistema previdenciário automatizado que desconta sem consentimento, sem aviso, sem lógica — mas com total impunidade.

Imagine que, sem pedir sua autorização, o governo começa a descontar valores da sua aposentadoria. Você não sabe por quê, nem de onde veio a cobrança. Descobre que é de uma associação qualquer, da qual você nunca quis fazer parte, e que esse valor só parará de ser cobrado se você tiver a iniciativa — sim, você mesmo! — de navegar por um labirinto digital, cheio de barreiras e linguagens confusas, para dizer: “Ei, eu não autorizei isso!” E, caso não diga, o governo assume que você autorizou. O nome disso não é só roubo. É chantagem legalizada.

Mais de R$ 6 bilhões já foram retirados dos aposentados nessa brincadeira. Não é um erro técnico, nem uma falha pontual. É um sistema perverso, desenhado exatamente para funcionar assim: no silêncio da noite, sem holofotes, sem manchetes. Um golpe institucionalizado que empurra nossos idosos, muitos sem qualquer intimidade com a internet, a se renderem à lógica das “plataformas”, das “assinaturas automáticas” e dos “termos de uso” que ninguém leu — e ninguém aprovou.

E se engana quem acha que isso é novo. Como bem lembrou Alexandre Garcia, o mesmo modus operandi autoritário já havia se manifestado após a Reforma Trabalhista de 2017. Com o fim da obrigatoriedade do imposto sindical, o que fizeram os sindicatos? Montaram armadilhas burocráticas para que o trabalhador tivesse que afirmar por escrito que não queria pagar. Quem ficasse calado, era automaticamente tributado. O silêncio virou confissão. O silêncio virou dívida.

É um raciocínio diabólico: você deve, a menos que prove o contrário. E provar o contrário exige que você domine a tecnologia, enfrente filas, entenda siglas, se defenda de um sistema feito para te devorar. Isso é o oposto de justiça. É a encarnação digital da velha malandragem estatal, agora sob o disfarce de eficiência e “modernização administrativa”.

Enquanto os aposentados são sangrados centavo a centavo, os altos escalões continuam na sua festa de privilégios. O exemplo mais grotesco vem dos Correios, que, no governo Bolsonaro, apresentaram lucros históricos e estavam no caminho da eficiência e privatização. Agora, sob a nova velha gestão petista, o rombo já passa de R$ 2,6 bilhões. E o que faz a diretoria? Aumenta o próprio salário!

Fabiano Silva dos Santos, o atual presidente dos Correios, passou a receber R$ 53 mil por mês, com direito a uma generosa cesta de benefícios. Enquanto isso, os carteiros — a base da empresa, os que enfrentam chuva, sol e insegurança — não conseguem sequer consultas médicas básicas, por falta de verba. A elite burocrática chafurda em bônus e mordomias, enquanto os trabalhadores são abandonados à própria sorte. E ninguém é responsabilizado.

É o retrato do Brasil da inversão de valores. Onde o mérito é punido e a incompetência é recompensada. Onde o esforço individual é esmagado por uma máquina estatal parasita. Onde o cidadão que trabalha, contribui e acredita no país é tratado como gado digital, manipulado por um sistema que não presta contas, mas cobra com juros.

E o mais grave: tudo isso acontece enquanto as instituições tentam nos convencer de que estão zelando pela democracia, quando, na verdade, estão trabalhando ativamente para silenciar, punir e desmoralizar qualquer forma de oposição. O caso do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, em depoimento sobre os bastidores da transição presidencial, revela algo ainda mais profundo: o medo institucionalizado.

Ao comentar as discussões sobre a possibilidade de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), ou mesmo de um estado de sítio — mecanismos legítimos previstos na Constituição —, Baptista Júnior narra como houve uma reação imediata para descartar qualquer movimentação que pudesse soar como resistência ao poder recém-eleito. Segundo ele, o então comandante do Exército, Freire Gomes, teria alertado: “Se o senhor fizer isso, terei que prendê-lo”. A ameaça, mesmo que protocolar, deixa clara a atmosfera de tensão que pairava sobre os militares.

E o que isso revela? Que qualquer tentativa de contestar, questionar ou mesmo debater as alternativas previstas pela Constituição foi sufocada por um medo de ser enquadrado, perseguido ou rotulado. O Brasil passou a viver sob o império da desconfiança, onde até os generais medem palavras, onde o silêncio é estratégia de sobrevivência — novamente, o silêncio.

Bolsonaro, segundo o próprio Baptista Júnior, recuou. Percebeu que não havia ambiente político, nem institucional, para levar adiante qualquer medida mais assertiva. E, por isso, não houve ruptura. Não houve golpe. Não houve conspiração. Mas a narrativa segue sendo vendida — dentro e fora do país — como se estivéssemos às portas de um levante militar. Uma mentira que serve bem ao projeto de poder: criminalizar o conservadorismo, associar o patriotismo à insurreição e transformar qualquer voz dissonante em ameaça à ordem.

Mas o que é realmente uma ameaça à ordem? Talvez, as palavras de Marco Rubio, senador americano e atual secretário de Estado dos EUA, tragam alguma luz. Em audiência recente no Congresso americano, Rubio confirmou que o nome do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, está sendo analisado para sanções internacionais com base na Lei Magnitsky — usada para punir agentes públicos envolvidos em perseguições políticas, censura e violações de direitos humanos.

Se confirmada, essa medida significará o bloqueio de bens de Moraes em território americano, impedimento de negociações financeiras, inclusive com bancos, e cancelamento de visto. Um escândalo internacional sem precedentes — que desmonta completamente o discurso de que vivemos numa democracia plena. Porque se o mundo já enxerga sinais claros de autoritarismo no Brasil, o que estamos esperando para reagir?

Não se trata apenas de defender um político, um partido ou uma ideologia. Trata-se de defender o direito de existir como cidadão livre, de expressar opinião, de não ser coagido por mecanismos digitais sorrateiros, nem por juízes militantes que confundem toga com trono. Trata-se de não aceitar que nossos aposentados sejam extorquidos, que nossos carteiros sejam abandonados, que nossos líderes sejam calados, e que o silêncio, esse velho aliado dos tiranos, continue servindo como ferramenta de dominação.

É hora de dizer não. Não ao desconto não autorizado. Não ao aumento de salário de burocratas incompetentes. Não ao silêncio que alimenta a farsa. Não à narrativa de que questionar é golpismo. O verdadeiro golpe é esse que se esconde nos sistemas digitais, nos gabinetes refrigerados, nas sentenças secretas. O verdadeiro golpe é contra você, cidadão comum, que trabalha, contribui, respeita a lei — e é punido por isso.

O artigo de Alexandre Garcia, lúcido como sempre, expõe aquilo que a imprensa militante tenta esconder: o Brasil está sendo conduzido, em marcha silenciosa, para uma nova forma de autoritarismo — mais sutil, mais tecnológica, mais perversa. Um autoritarismo que não precisa mais de tanques nas ruas, porque já controla as telas dos celulares. E que não precisa mais de ditadores, porque tem algoritmos.

Mas ainda há tempo. Tempo de denunciar, de se informar, de resistir. Não com violência, mas com consciência. Porque só uma sociedade desperta pode impedir que o silêncio continue vencendo. Que ele seja substituído por vozes firmes, por denúncias corajosas, por cidadãos que se recusam a ser gado digital — e que sabem, no fundo, que o Brasil não nasceu para ser refém de seus próprios juízes, nem de seus próprios sistemas.

Com informações Gazeta do Povo

Leandro Veras

Editor do Conservadores Online, é cristão, conservador e analisa os bastidores da política com visão crítica e firmeza.

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