
Atenção, senhores conservadores! Preparem os tambores, ergam suas bandeiras e façam uma oração. Não por medo – porque disso já basta a esquerda histérica –, mas por pura compaixão intelectual. Sim, compaixão por Mônica Bergamo, a intrépida colunista da Folha de S.Paulo, que, como quem recebe revelações diretamente do Olimpo togado, decidiu nos brindar com mais um devaneio tragicômico transmitido pela UOL News.
Segundo a jornalista, caso o governo de Donald Trump (sim, o vilão de sempre da esquerda que agora voltou a assombrar seus sonhos molhados de censura) resolva mesmo aplicar sanções contra o excelentíssimo Alexandre de Moraes, o STF – esse oráculo da democracia com verniz absolutista – reagirá com veemência. E o melhor: poderá até mesmo elevar o tom contra Jair Bolsonaro. Uau! O que seria isso? Gritar mais alto? Bater o martelo com mais força? Trocar a toga por armadura?
Se dependesse de Bergamo, o STF teria imunidade diplomática automática, status de Vaticano das leis tropicais e Alexandre de Moraes seria canonizado pela ONU. Mas calma: a colunista esclarece que não é a ONU que está agindo, pois “a ONU não tem poder de imposição a nada”. (Finalmente, Mônica! Um lampejo de realidade.) O problema é que a possível sanção de Trump contra Moraes “não é trivial”. Não, minha gente. Para a esquerda, um ministro do STF ser chamado à responsabilidade internacional é o equivalente a um ataque nuclear ao Estado brasileiro.
A situação, segundo Bergamo, é gravíssima. Não porque há censura escancarada no Brasil – isso, claro, é apenas “proteção contra fake news” segundo o dicionário progressista. Mas sim porque, ora vejam só, um norte-americano de direita pode estar olhando com reprovação para os métodos de Moraes. Marco Rubio, secretário de Estado no governo Trump, anunciou a restrição de vistos a autoridades estrangeiras que reprimem liberdades de cidadãos ou empresas americanas. Moraes não foi citado. Mas para Mônica, isso é só um detalhe. Afinal, a lógica do jornalismo militante é simples: se pode ser usado contra Bolsonaro, então é fato absoluto, mesmo que não tenha sido dito.
A colunista vai além: “Se essas sanções vierem, o STF sobe o tom”. Ai, que medo! Já posso ouvir os trovões do Olimpo Jurídico ecoando sobre Brasília, enquanto ministros lançam raios de inquéritos sigilosos do alto de seus pedestais. E o que o STF pode fazer contra Trump, mesmo? Decretar a prisão de Donald? Bloquear o Twitter dele? Mandar censurar o Mar-a-Lago?
Mas calma, o show continua. Mônica decide explicar a alma dos “réus injustiçados”. Diz que já entrevistou muitos deles e que todos, mesmo culpados, acham que são vítimas. E é nesse ponto que o cinismo se supera: ela compara os casos de caixa dois com a situação atual, como se a censura aberta a parlamentares, jornalistas, padres e cidadãos comuns fosse só uma infraçãzinha eleitoral. Para ela, a lógica é simples: se você está sendo censurado pelo STF, provavelmente mereceu. E se não mereceu, cale-se mesmo assim. O silêncio é democrático, desde que imposto por um ministro iluminado.
Na mente da nossa cronista do caos, se o governo Trump sancionar Moraes, o Brasil será “empurrado para um conflito com os EUA”. Agora, paremos um instante. Respire. Releia essa frase: “empurrado para um conflito com os EUA”. Sim, você leu certo. Segundo Bergamo, um governo brasileiro que não está buscando a briga (claro, tão pacíficos como são…), será vítima da provocação imperialista. Ah, a velha retórica antiamericana da esquerda, ressuscitada como zumbi ideológico. E mais uma vez, Bolsonaro é culpado, mesmo quando não faz absolutamente nada.
Mas o ápice da comédia vem quando Mônica abre mão de qualquer prudência jornalística e se aventura na área profética. Diz que o STF poderá reagir com tal intensidade que a coisa pode “justificar uma prisão de Jair Bolsonaro”. Pronto! Chegamos ao objetivo final. A sanção de Trump contra Moraes se transforma, via contorcionismo retórico, em prisão de Bolsonaro. Alguém aí precisa urgentemente de uma biblioTERAPIA constitucional.
A lógica é tão absurda quanto típica: se Trump sanciona Moraes → STF se irrita → STF responde com mais força → Bolsonaro acaba preso. É praticamente física quântica togada. Nada precisa ser lógico, só precisa seguir a narrativa. E, claro, qualquer crítica ao STF vira “ataque à democracia”. Enquanto isso, o Judiciário vira parte interessada, juiz, promotor, e vítima, tudo ao mesmo tempo. A moral da história é uma só: quem manda neste país não é o povo, é a toga. E Mônica Bergamo está ali, tomando nota e aplaudindo de pé, como boa discípula do autoritarismo judicial.
Agora, notemos o detalhe mais irônico: ninguém sabe nem se Trump voltará à presidência, mas Bergamo já está montando o cenário de guerra internacional. É como se ela quisesse, desesperadamente, que o Brasil fosse vítima de uma agressão para justificar a repressão interna. A sanção – que nem aconteceu, nem tem nome citado – já é motivo para o STF reagir. Porque se tem uma coisa que o Supremo não tolera, é ser contrariado.
Enquanto isso, o brasileiro médio segue sem entender como foi parar nesse teatro de absurdos. Os que vivem censurados nas redes, impedidos de emitir opinião, calados por ordens judiciais sem contraditório, são tratados como inimigos do regime democrático. Já Moraes, o homem que investiga piadas, prende por “intenção” e bloqueia perfis por “ameaça futura”, é tratado como guardião da civilização ocidental.
E o mais escandaloso: isso tudo é dito com ar de normalidade, como se fosse natural que um jornalista defenda a submissão total do povo a ministros não eleitos. A cereja do bolo: o STF é elevado ao status de vítima internacional. De opressor a oprimido em um passe de mágica ideológica.
Por fim, amigos do Conservadores Online, a análise é simples. A matéria de Bergamo não é jornalismo, é militância travestida de análise política, cheia de ilações, suposições e desejos não confessados. É um aviso disfarçado: “Se vocês tocarem em Moraes, o STF vai para a guerra. E se sobrar para Bolsonaro, melhor ainda.”
Mas há um problema nessa estratégia, cara Mônica. O povo já entendeu. Entendeu que não vivemos mais numa democracia plena. Que a liberdade de expressão virou concessão temporária. Que o Judiciário se afastou do seu papel constitucional. E que jornalistas como você já não informam – apenas ecoam as ordens da corte suprema.
O Brasil está de pé, ainda que ferido. E se o nome disso for conflito, que seja. Porque pior que uma sanção americana, é viver sob a tirania doméstica de ministros com delírios de imperador.
Com informações UOL