Senado aprova reajuste bilionário para servidores do executivo, e você paga a conta

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Ah, o Brasil. Esse país generoso, acolhedor e absolutamente inconsequente quando se trata de gastar o dinheiro alheio. Você acorda, trabalha, pega um ônibus lotado, enfrenta o trânsito infernal, paga imposto até para respirar — e, como recompensa, descobre que o Senado Federal aprovou um presentinho de R$ 17,9 bilhões em 2025 para reajustar o salário de servidores do Executivo. Sim, é isso mesmo que você leu: a elite do funcionalismo federal, que já é conhecida por seus salários turbinados e estabilidade vitalícia, vai ganhar um reajustezinho básico. E o melhor? Foi aprovado em votação simbólica, aquela modalidade democrática onde ninguém precisa mostrar a cara.

Mas calma, não se irrite. Afinal, como informa a jornalista Karina Ferreira, do Estadão, “o projeto de lei que concede reajuste salarial aos servidores públicos do Executivo federal e reorganiza cargos” foi aprovado com a maior naturalidade. Porque quando o dinheiro é dos outros, o céu é o limite, e a responsabilidade fiscal é só um detalhe incômodo.

O mais bonito é que o texto aprovado repete o conteúdo de uma Medida Provisória editada pelo governo no fim de 2024, que caducaria em junho. Ah, o medo da MP caducar! Que coisa triste seria perder a chance de aumentar salários antes do prazo. Isso sim seria uma catástrofe nacional, né? Nada de conter gastos, nada de ajustar contas. A prioridade é sempre agradar a máquina estatal.

O governo, esse mestre da criatividade contábil, firmou 38 acordos com as carreiras civis do funcionalismo federal ao longo de 2024. E o projeto, além de consolidar esses mimos, já define os novos valores para 2025 e 2026. É o que podemos chamar de um plano salarial trienal da felicidade burocrática.

Agora segure-se na cadeira: o reajuste médio acumulado será de 27% entre 2023 e 2026. Isso mesmo: vinte e sete por cento. Incluindo os 9% já garantidos em 2023. Em 2024 não houve aumento (coitadinhos!), então vamos compensar com força nos anos seguintes. E se você achava que a conta ia ser leve, reveja seus cálculos: R$ 17,99 bilhões só em 2025, depois R$ 26,76 bilhões em 2026 e, como cereja do bolo, R$ 29,17 bilhões em 2027. Sim, mais de R$ 73 bilhões em apenas três anos. Mas fique tranquilo: isso tudo é para “valorizar o serviço público”. E você, claro, vai pagar com um sorriso no rosto.

Você achava que o governo estava quebrado? Que os cofres estavam vazios? Que era preciso fazer cortes? Ah, inocente. Tudo isso é verdade — menos quando se trata de dar agrado aos servidores, uma das bases eleitorais mais fiéis do atual governo. É o famoso “ajuste seletivo”: se for para cortar o Farmácia Popular, tudo bem. Mas mexer com o salário da máquina estatal? Jamais!

No Senado, como informa Karina Ferreira, o texto passou ileso. Nenhuma alteraçãozinha sequer. Já na Câmara, até tentaram apresentar mais de 60 emendas, mas o relator, deputado Luiz Gastão (PSD-CE), rejeitou quase todas. Por quê? Porque não integravam o “acordo político”. Ora, claro! Acordo político é o novo nome da chantagem orçamentária. Se não estiver dentro do pacotinho já combinado entre governo e aliados, então nem entra no jogo.

É importante destacar: não estamos falando de aumento para professores que ganham pouco, nem para policiais que enfrentam o crime nas ruas. Estamos falando do Executivo federal — aquele setor onde há salários de R$ 30 mil, auxílios generosos e estabilidade que não existe na iniciativa privada. Aquele setor onde a meritocracia é uma lenda urbana e a produtividade é… digamos… um detalhe subjetivo.

Enquanto isso, o cidadão comum, aquele que não tem auxílio-moradia, não tem recesso remunerado, não tem estabilidade, e que vive com salário mínimo, vê seus impostos virarem fumaça. Porque essa é a essência do Brasil moderno: um país em que quem produz é punido, e quem se encosta é premiado.

E não se engane: isso tudo é feito com um verniz de legalidade, envolto em termos como “reorganização de cargos” e “modernização do Estado”. O projeto aprovado é vendido como algo técnico, racional, planejado. Mas no fundo, é o mesmo clientelismo de sempre, apenas travestido de planejamento.

Claro que, para manter as aparências, o Ministério da Gestão e da Inovação fez questão de divulgar as estimativas de impacto — como se isso fosse suficiente para acalmar os ânimos. É como se dissessem: “Sim, vai custar bilhões. Mas pelo menos avisamos com antecedência, né?”. E você aí, que acreditou no papo de responsabilidade fiscal do governo, deve estar se sentindo um verdadeiro palhaço.

Agora veja a ironia: esse mesmo governo que não para de falar em taxar grandes fortunas, em combater “privilégios da elite”, está, na prática, garantindo privilégios à elite que importa: a elite do funcionalismo público. Porque aqui no Brasil, ser contra privilégio é bonito no discurso — mas na prática, é melhor garantir o seu antes que a mamata acabe.

Spoiler: a mamata não acaba. Ela só muda de beneficiário.

É por essas e outras que o brasileiro de bem, aquele que realmente carrega o país nas costas, está cada vez mais descrente das instituições. O Senado não representa o povo. Representa interesses corporativos, sindicatos de elite e grupos que orbitam o Planalto em busca de benefícios. A Câmara tenta fazer barulho, mas no fim se curva ao “acordo político”. E o Executivo? Bem, o Executivo governa como se estivesse em uma festinha particular bancada com o seu cartão de crédito.

A jornalista Karina Ferreira foi direta ao noticiar os números. Mas talvez não tenha captado o absurdo embutido nas entrelinhas. Ou talvez o papel da imprensa hoje seja só esse mesmo: informar os fatos crus, enquanto a população mastiga a raiva em silêncio.

E o mais irônico é que, no fim das contas, tudo isso vai passar batido. Vai aparecer um escândalo novo na semana que vem. Vai surgir uma nova cortina de fumaça. E enquanto você discute futebol ou reality show nas redes sociais, o governo segue entregando reajustes bilionários aos seus protegidos.

Por isso, se você quer entender o Brasil, é simples: olhe para onde o dinheiro vai. E nesse momento, ele está indo direto para o bolso de quem já vive no topo da pirâmide estatal. Os mesmos que, se um dia forem chamados a trabalhar um minuto a mais, vão entrar em greve, gritar por “direitos adquiridos” e acionar o sindicato.

Você, por outro lado, vai continuar acordando cedo, pagando boleto, e esperando que um dia, quem sabe, alguém se lembre de reajustar o seu salário também. Spoiler: não vão.

Mas não se preocupe. O Senado pensa em você. Tanto que decidiu “presentear” os servidores com bilhões em reajustes. E você vai ter a honra de pagar por isso. Em suaves prestações. A vida toda.

Bem-vindo ao Brasil do “acordo político”. Onde o povo vota, o governo gasta, e o funcionalismo comemora.

E você… apenas paga a conta. Com juros. E sem direito a reclamação.

Com informações Estadão

Leandro Veras

Editor do Conservadores Online, é cristão, conservador e analisa os bastidores da política com visão crítica e firmeza.

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